São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2010

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Homem morre em frente a PS e corpo fica na rua por quase 4 horas

Pedreiro passou por unidade de saúde e foi para pronto-socorro, em frente ao local, mas morreu na via

Ele morreu por volta das 10h; ambulância do Samu foi acionada, mas não tirou corpo, que foi levado pelo IML às 14h

Carlos Cecconello/Folhapress
Quatro horas após o pedreiro Valmir Camargo dos Santos se sentir mal e morrer, em frente a um pronto-socorro, IML chega para recolher o corpo, em Santa Cecília, no centro de SP

JULIANA VILAS
DE SÃO PAULO

Poderia ter sido só uma fatalidade: um homem se sente mal, cai e morre subitamente no meio do passeio público.
Não fosse pelo fato de o corpo ter ficado quase quatro horas no mesmo local, numa rua movimentada no centro de São Paulo, a 20 passos de uma unidade básica de saúde e a 40 passos de um pronto-socorro municipal.
Em 48 anos de vida, Valmir Camargo dos Santos foi poucas vezes ao hospital e nunca estivera internado.
Ontem de manhã, entretanto, sentiu dores no peito e decidiu procurar ajuda no posto de saúde próximo à obra em que trabalhava.
Por volta das 10h, avisou aos colegas que não estava bem e foi à UBS/AMA Santa Cecília. Na recepção, informaram que ali não havia atendimentos emergenciais, só consultas com hora marcada, e que, na quadra ao lado, havia um pronto-socorro.
No caminho, ele comentou que sentia dores no peito a um homem que acabava de sair da unidade. Na calçada, chegou a pedir ajuda para uma mulher que cuida de carros. Ela lhe indicou o hospital, mas ele não conseguiu chegar lá. Caiu, agonizante, em frente a uma escola.
Um pedestre pegou o celular no bolso de Valmir para achar, na agenda, o telefone de alguém próximo. A guardadora de carros pediu para um conhecido ir ao hospital procurar ajuda urgente.
Mas ninguém do Pronto Socorro Municipal Álvaro Dino de Almeida (PS Barra Funda), administrado pela Santa Casa de Misericórdia, saiu para buscar o corpo. O hospital diz apenas que Valmir não deu entrada no local.
Como ninguém da UBS nem do hospital se mobilizou, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado. A ambulância chegou por volta das 11h30 ao local.
Mas, como já estava morto, o corpo não foi retirado.
Exatamente às 14h, o carro do Instituto Médico Legal chegou para remover o corpo. Durante as quase quatro horas que ficou no local, o corpo foi observado pelos alunos da escola estadual Antonio Prado Conselheiro. A garotada assistiu a tudo das janelas das salas.


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