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DIPLOMACIA
Militar desarmado dominou ladrão; cônsul-geral em SP reclamou da ausência da polícia na frente do prédio
Consulado italiano protesta após assalto
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de três ladrões armados invadiu ontem a sede do Consulado Geral da Itália em São Paulo, na avenida Higienópolis (região central), numa ação que resultará em protestos da diplomacia italiana ao Itamaraty.
Os homens entraram no edifício, localizado a um quarteirão da
Delegacia Anti-Sequestro, por
volta das 12h30. Renderam e desarmaram dois guardas de uma
escolta privada contratada, ameaçaram funcionários, levaram R$
7.300 do caixa e objetos pessoais.
Havia cerca de 40 pessoas no prédio no momento do assalto.
Segundo testemunhas, dois deles fugiram provavelmente por
desconfiar que a polícia havia sido
acionada. O terceiro, mesmo armado com um revólver calibre
.38, foi rendido por um militar italiano que trabalha desarmado
dentro do consulado -depois de
terem entrado em luta corporal.
O cônsul-geral da Itália, Gian
Luca Bertinetto, afirmou que irá
formalizar um protesto no Itamaraty por conta de duas atitudes
que, na avaliação dele, contribuíram para a ação dos assaltantes.
Bertinetto disse que esse militar
italiano estava desarmado porque
teve negado no Itamaraty seu pedido para importar a arma que ele
usa na Itália. O cônsul alega que
eles utilizam um tipo de pistola
diferente das que há no Brasil.
Ele reclamou ainda da ausência
da polícia em regime integral
-hoje, diz Bertinetto, há apenas
carros que passam "de vez em
quando". "Já visitei muitos países,
mas nunca vi um consulado sem
nenhum policial protegendo a
frente da sede", declarou. Bertinetto disse que era uma questão
de "reciprocidade", já que, segundo ele, a embaixada brasileira em
Roma tem militares à disposição.
Ele afirmou "não querer brigar
com ninguém", mas apenas defender a segurança dos funcionários e da população que vai diariamente ao consulado.
Bertinetto disse que os ladrões
apontavam as armas para a cabeça dos funcionários e entravam
nas salas mandando todo mundo
se concentrar num corredor.
O cônsul-geral disse que a polícia foi chamada dez minutos antes de um dos ladrões ter sido desarmado. A Secretaria da Segurança informou que o assalto foi
notificado às 12h51 e o carro da
PM chegou às 12h53.
O homem preso apresentou
uma carteira de identidade que a
polícia dizia ser falsa. Ele negou
participação no crime, mas admitiu que estava com um revólver.
A assessoria de imprensa do Itamaraty foi procurada pela Folha
ontem à tarde, mas não respondeu aos pedidos de entrevista.
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