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SAÚDE
Ministro vê ação antidengue falha
Costa vai "constranger" autoridades do Rio
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Saúde, Humberto
Costa, disse ontem que iria ao Rio
de Janeiro para "constranger" autoridades a melhorar o combate
ao mosquito da dengue. "Chegou
a um ponto tal que estamos explicitamente constrangendo", afirmou, em São Paulo, durante
evento para divulgar a campanha
de incentivo à doação de órgãos.
Segundo Costa, que deve chegar
hoje ao Rio de Janeiro, o ministério recontratou "guardas da dengue" -técnicos que fazem a busca e o controle de focos-, mas alguns municípios fluminenses não
quiseram o reforço. O ministro se
recusou a nomear as cidades. "Só
quando não tiver mais jeito." No
próximo sábado, o ministério
realiza um dia nacional de mobilização contra a doença.
Estudo feito pela Secretaria da
Saúde do Estado do Rio em parceria com nove municípios indicou
alto índice de infestação do transmissor da doença, o Aedes aegypti. Em Padre Miguel (zona oeste
da capital) e no centro de Duque
de Caxias (Baixada Fluminense),
foram encontrados focos em 14%
dos domicílios visitados. O ideal,
segundo o ministério, é 1%.
"Se dependesse unicamente
desse trabalho [das autoridades
do Rio], poderíamos ter uma epidemia", afirmou Costa. A principal preocupação do ministério é
com a possível introdução do vírus do tipo 4 da doença no Estado. "Se o tipo 4 for introduzido, a
possibilidade de dengue hemorrágica é muito alta."
A versão hemorrágica é ligada
principalmente a infecções sucessivas. Boa parte da população do
Rio foi infectada pelos tipos 1, 2 e
3, por causa da grande epidemia
de 2002. Mas está suscetível ao 4,
ainda não registrado no país.
Até bairros nobres do Rio têm
infestação alta, como o Leblon
(zona sul), onde o índice chegou a
11%. Neste ano foram registrados
7.884 casos de dengue no Estado,
sem nenhum óbito. A capital teve
o maior número, com 1.499 infectados. Em 2002, houve cerca de
288 mil casos, com 91 mortos.
A subsecretária de Saúde do Estado, Alcione Athayde, informou
que o órgão preparou campanha
para evitar a epidemia. Alunos
das escolas estaduais terão orientação para mudar hábitos familiares. A Prefeitura do Rio disse
que 4.200 agentes foram capacitados para o trabalho preventivo.
(FABIANE LEITE E MICHEL ALECRIM)
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