São Paulo, terça-feira, 27 de novembro de 2007

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Câncer de pele responde por 25% de casos estimados

DA SUCURSAL DO RIO

O número de novos casos de câncer no Brasil deve chegar a 467 mil no ano que vem, segundo estimativa divulgada ontem pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) no 2º Congresso Internacional de Controle de Câncer, que acontece até amanhã no Rio de Janeiro.
Tanto para homens quanto para mulheres, o tipo de câncer com maior incidência é o de pele, que representa 25% do total de casos estimados. No caso das mulheres, o segundo tipo mais comum é o de mama (21% do total), enquanto entre homens aparece o de próstata (também com 21%).
Devido ao aperfeiçoamento no método de calcular essas estimativas, o Inca não comparou o número de casos previstos para o ano que vem com os registrados ou estimados em anos anteriores. Os dados de mortalidade e de internações pela doença registrados no Brasil permitem dizer, no entanto, que a tendência é de aumento, causado, em boa parte, pelo envelhecimento da população.
"Hoje, no Brasil e no mundo, a tendência é o crescimento dos casos de câncer, relacionado ao envelhecimento da população e à exposição prolongada a fatores de risco. Nos países desenvolvidos, o câncer já é a primeira causa de morte. No Brasil, hoje, é a segunda, atrás apenas das doenças cardiovasculares", afirmou o diretor-geral do instituto, Luiz Antonio Santini.
Além de creditar o aumento dos casos de câncer ao envelhecimento populacional, o Inca destaca a necessidade de melhorar o diagnóstico precoce da doença. Como exemplo, o instituto cita o caso da região Norte, a única onde o câncer de colo do útero apareceu, entre as mulheres, como o mais comum entre todos os tipos, com exceção do de pele.
"O câncer de colo de útero é plenamente evitável e curável, mas geralmente as mulheres chegam em estágio muito avançado ao sistema de saúde. A população precisa vencer o tabu do medo e buscar os exames de detecção precoce", disse o coordenador de prevenção e vigilância, Cláudio Noronha. Outra área em que é necessário melhorar a qualidade do diagnóstico é a de câncer de mama.
Pesquisa divulgada no ano passado pelo Inca, feita entre as pacientes do próprio instituto, mostrou que, de 1999 a 2003, em apenas 3% dos casos a doença foi diagnosticada em estágio inicial, quando a probabilidade de cura é muito maior. Em 46% dos casos, o problema só foi detectado quando estava em estágio mais avançado.


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