São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Tiroteios ferem moradores e militares

Bandidos também foram atingidos nos confrontos no Complexo do Alemão, na zona norte

Ontem, o movimento foi intenso no hospital Getúlio Vargas, na Penha, que recebeu os feridos da troca de tiros

FELIPE CARUSO
DO RIO

Nove pessoas baleadas ontem foram levadas para o hospital Getúlio Vargas, na Penha (zona norte do Rio), preparado para receber exclusivamente as vítimas dos tiroteios entre criminosos e militares. Duas chegaram mortas ao hospital.
Um era Thiago Ferreira da Silva, 24, também conhecido como Thiaguinho G3 e apontado como traficante da favela da Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele levou um tiro no tórax.
Uma menina de dois anos foi ferida de raspão no braço esquerdo quando estava em casa, na favela Nova Brasília. Após o susto, às 19h30, ela deixou o hospital com a avó, Emília Penha. "Até chegar aqui foi um susto muito grande, porque tinha muito sangue", disse a avó.
Das forças policiais e militares, foram três feridos, sem gravidade. Ao sair do hospital, o tenente Rafael Querido, 28, do 16º Batalhão da PM, baleado na perna, contou que os homens que o atingiram estavam atrás de uma parede falsa de uma casa.
O soldado do Exército Walbert Rocha da Silva,19, atingido na coxa direita, chegou ao hospital de "caveirão".
Maria Luiza de Moraes, 61, atingida por estilhaços de uma bala, e Rogério Cavalcante, 34, gravemente baleado na barriga, ficaram internados no Getúlio Vargas.

DINHEIRO DESAPARECIDO
O pastor evangélico Ronai Braga, 32, acusa a Polícia Civil de arrombar sua casa na Vila Cruzeiro (zona norte) e levar R$ 31 mil que ele guardava para dar entrada num apartamento em área fora da favela, no bairro da Penha.
O dinheiro seria resultado da rescisão do contrato de trabalho em uma loja de roupas e era a metade do valor do imóvel que ia comprar.
Braga mora com a mulher e dois filhos na parte térrea de um sobrado na favela. A família teria saído e encontrou a casa revirada ao voltar.
Além do dinheiro, teriam sumido um relógio e uma bolsa com cartões, segundo ele. O pastor evangélico foi orientado a registrar ocorrência na 22ª DP, na Penha.
Titular da 22ª a delegada Márcia Beck afirmou que vai investigar o fato. Até 19h de ontem, não havia registro de apreensão de dinheiro na operação da Vila Cruzeiro.
Na delegacia estavam também as irmãs Carla da Costa Pinheiro, 34, e Patrícia da Costa Pinheiro, 32. Elas registraram uma ocorrência de tentativa de intimidação.
Segundo Carla, policiais do Bope foram à sua casa e queriam forçá-la a confessar vínculo com o tráfico.
"Tudo que temos foi adquirido com trabalho nosso e dinheiro da pensão da minha mãe", disse Carla.


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