São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Ordem para ataques no Rio saiu de prisão federal, diz Justiça

Marcinho VP e Elias Maluco, presos em Catanduvas, teriam dado ordem a criminosos em liberdade

Juiz decretou a prisão de 3 advogados dos dois traficantes, que, segundo ele, passavam as ordens dos chefes

HUDSON CORRÊA
DO RIO

JOSÉ MASCHIO
DE LONDRINA

As ordens para ataques criminosos partiram dos traficantes Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, de dentro do presídio federal de segurança máxima de Catanduvas (PR), afirma a Justiça do Rio.
O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira decretou a prisão preventiva dos dois, que já estão condenados por outros crimes, como homicídio.
Também mandou prender três advogados dos traficantes: Luiz Fernando Costa, Beatriz da Silva Costa de Souza e Flávia Pinheiro Fróes -até o fechamento deste edição, eles não haviam sido detidos; foi presa a mulher de Marcinho VP, Márcia Nepomuceno, pela acusação de lavagem de dinheiro.
Segundo o juiz, os três levavam as ordens para os ataques até os traficantes em liberdade do Comando Vermelho, facção que domina o Complexo do Alemão.
"Existem indícios de que a indiciada Beatriz mantinha relacionamento amoroso com Marcinho VP e, utilizando-se deste tipo de vínculo sentimental, recebia as ordens; repassadas posteriormente aos demais", afirmou o juiz em sua decisão.
Teixeira proibiu ainda Marcinho VP e Elias Maluco de receberem visita íntima na penitenciária federal de Porto Velho (RO), para onde foram transferidos na quinta.
Os pedidos de prisão partiram do Ministério Público Estadual e basearam-se em ligações dos advogados gravadas. Já se suspeitava de que a ordem saíra de Catanduvas.
Ontem, o juiz federal Nivaldo Brunoni, corregedor da penitenciária, autorizou a transferência para Catanduvas de mais nove presos envolvidos nos ataques. Outros dez presos já haviam chegado do Rio na quarta.
A autorização é liminar. "Vamos analisar o perfil de cada um para saber se devem ficar em presídios federais."
Enquanto uns chegaram a Catanduvas, outros -como Elias Maluco e Marcinho VP- foram anteontem para Porto Velho. No total, houve troca de 15 presos de Catanduvas para Porto Velho. Segundo Brunoni, o "rodízio" entre presídios federais já era analisado, mas os ataques anteciparam esse processo.


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