São Paulo, Segunda-feira, 27 de Dezembro de 1999


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Vereadora teve ajuda de dono de cartório

da Agência Folha, em Curitiba

A médica e ex-vereadora Rosa Maria Chiamullera decidiu adotar uma criança quando percebeu que a idade avançava e que não conseguia manter um relacionamento estável que lhe pudesse proporcionar uma gravidez.
Como médica da saúde pública no Estado do Paraná, ela já havia intermediado muitas "adoções à brasileira", a maioria para casais com problemas de infertilidade.
"Pensei um dia: Já ajudei tantas pessoas a terem filhos, que tal eu mesmo adotar uma criança?"
Logo depois, ela ficou sabendo de uma mulher que já havia tido três filhos, um dos quais havia doado. Era uma empregada doméstica que não tinha apoio familiar e engravidara pela quarta vez.
A então vereadora manteve contato com a mãe da criança durante a gestação e ficou acertado que apanharia o bebê no hospital. Para a mãe, a vereadora disse que iria enviar o recém-nascido para São Paulo. O bebê foi apanhado no hospital 24 horas após o parto.
Com a ajuda de amigos donos de cartório, a médica registrou o menino em seu nome e ajudou financeiramente a mãe biológica da criança por alguns meses.
Hoje, R.C. está com 10 anos, é uma criança saudável e vive todos os benefícios proporcionados por uma família de classe média alta.
Rosa contou sobre a adoção quando R.C tinha 5 anos. "Ele sabe conviver com o fato de ser adotivo. O meu filho é a melhor coisa que aconteceu na minha vida."
A médica disse que não se arrepende da adoção ilegal. "Eu não achei que estava fazendo a coisa errada. A prática era comum."
Disse que não tem receio de falar sobre a adoção ilegal. "Nenhum juiz, em sã consciência, tiraria meu filho de mim."
A médica disse que não sabe hoje do destino da mãe da criança e que evita falar com o filho sobre os irmãos biológicos. Na última vez que viu a mãe natural de R.C., a mulher disse à vereadora que sabia que ela estava com a criança.



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