São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2000

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"Nunca tive chance de concorrer"



DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Matriculado no curso de dança da UFBa (Universidade Federal da Bahia), Rogério Oliveira do Nascimento, 25, comprova os dados da pesquisa elaborada por Delcele Mascarenhas Queiroz.
Negro, Nascimento abandonou o curso de matemática para fazer dança. "Apesar de estudar muito, nunca tive chance de concorrer com outros alunos que frequentaram escolas particulares."
Para se manter, ele dá aulas de dança em Vilas do Atlântico, um condomínio de classe alta localizado em Lauro de Freitas (região metropolitana de Salvador).
"Recebo pouco mais de R$ 150 por mês e gasto a metade somente com o transporte coletivo."
Estudante de química da UFBa, Derivaldo Queiróz Nicomede, 21, também reforça os dados do levantamento feito por Delcele.
Desempregado e negro, Nicomede gasta cerca de R$ 80 por mês para frequentar o curso.
"Acho que as universidades públicas deveriam fazer uma reserva para os alunos que não podem pagar as escolas privadas", afirma ele. (LF)


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