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"Nunca tive chance de concorrer"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Matriculado no curso de dança
da UFBa (Universidade Federal
da Bahia), Rogério Oliveira do
Nascimento, 25, comprova os dados da pesquisa elaborada por
Delcele Mascarenhas Queiroz.
Negro, Nascimento abandonou
o curso de matemática para fazer
dança. "Apesar de estudar muito,
nunca tive chance de concorrer
com outros alunos que frequentaram escolas particulares."
Para se manter, ele dá aulas de
dança em Vilas do Atlântico, um
condomínio de classe alta localizado em Lauro de Freitas (região
metropolitana de Salvador).
"Recebo pouco mais de R$ 150
por mês e gasto a metade somente
com o transporte coletivo."
Estudante de química da UFBa,
Derivaldo Queiróz Nicomede, 21,
também reforça os dados do levantamento feito por Delcele.
Desempregado e negro, Nicomede gasta cerca de R$ 80 por
mês para frequentar o curso.
"Acho que as universidades públicas deveriam fazer uma reserva
para os alunos que não podem
pagar as escolas privadas", afirma
ele.
(LF)
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