São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

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Para hotéis, prejuízo foi de R$ 9,5 mi por dia no Natal

Associação estima que, por conta da crise aérea, a ocupação caiu 20% no feriado

Nordeste foi a região mais afetada; no Rio, entidade entrou com ação contra a União pedindo indenização no valor de R$ 40 milhões

DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O prejuízo médio diário na rede hoteleira brasileira durante o feriado do Natal foi de cerca de R$ 9,5 milhões por causa da crise aérea, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih).
Como muitos turistas cancelaram a reserva ou deixaram de viajar, a ocupação ficou 20% menor em relação ao registrado no ano passado. Como o movimento no Réveillon é 20% a 40% maior do que no Natal, há a expectativa de mais perdas.
Devido aos prejuízos, a seção Rio da Abih entrou com uma ação civil pública contra a União em razão do caos nos aeroportos. Os hotéis querem uma indenização de cerca de R$ 40 milhões, destinada ao Rio Convention Bureau, para a realização de uma campanha de promoção da imagem do Rio como destino turístico.
Segundo o advogado da Abih, Paulo Henrique Barros Bergqvist, a indenização é necessária para soerguer a marca Rio de Janeiro no exterior. "O apagão aéreo causou danos à imagem do Rio. Os recursos serão usados para promover a cidade."
A ocupação nos hotéis do Rio às vésperas do Réveillon está em 80,15%. Em igual período do ano passado, o percentual chegava a 85,36%.
De acordo com Eraldo Alves da Cruz, presidente da Abih nacional, os Estados mais afetados neste fim de ano são os do Nordeste, com destaque para Pernambuco. "A ocupação dos hotéis está em 10%, quando o normal para a época é de pelo menos 60%", afirma o presidente da Abih de Pernambuco, José Otávio de Meira Lins.
Os cancelamentos de pacotes para o Réveillon chegaram a 30% em Natal (RN), mesmo índice registrado em Salvador (BA). Em Fortaleza (CE), os hotéis registram 5% de pacotes cancelados para o fim de ano.
No Norte do país, a crise afeta principalmente os chamados hotéis de selva, que promovem turismo ecológico.
O hotel Ariaú Amazon Towers, em Iranduba (60 km de Manaus), registrou queda de 10% nas vendas de pacotes. "Um pacote para um grupo de 40 turistas foi cancelado devido à crise aérea", afirmou Ellen Rita Honorato, vice-presidente do hotel. O hotel teve ainda 30 reservas individuais para o Réveillon canceladas.
As operadoras de turismo também registram queda nas vendas de pacotes. Segundo a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), o último levantamento, do início do mês, mostra que menos de 45% dos pacotes para o fim do ano estavam vendidos, quando o normal é de, no mínimo, 55%.
O que acabou aumentando foi a procura por cruzeiros. No início do ano, a CVC dobrou seu número de navios na costa brasileira (de três para seis).
Desde o começo do mês, não há mais lugares para o Réveillon e restam poucos lugares para as férias de janeiro.


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