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Para hotéis, prejuízo foi de R$ 9,5 mi por dia no Natal
Associação estima que, por conta da crise aérea, a ocupação caiu 20% no feriado
Nordeste foi a região mais afetada; no Rio, entidade entrou com ação contra a União pedindo indenização no valor de R$ 40 milhões
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O prejuízo médio diário na
rede hoteleira brasileira durante o feriado do Natal foi de cerca de R$ 9,5 milhões por causa
da crise aérea, segundo estimativa da Associação Brasileira da
Indústria de Hotéis (Abih).
Como muitos turistas cancelaram a reserva ou deixaram de
viajar, a ocupação ficou 20%
menor em relação ao registrado no ano passado. Como o movimento no Réveillon é 20% a
40% maior do que no Natal, há
a expectativa de mais perdas.
Devido aos prejuízos, a seção
Rio da Abih entrou com uma
ação civil pública contra a
União em razão do caos nos aeroportos. Os hotéis querem
uma indenização de cerca de
R$ 40 milhões, destinada ao
Rio Convention Bureau, para a
realização de uma campanha
de promoção da imagem do Rio
como destino turístico.
Segundo o advogado da Abih,
Paulo Henrique Barros Bergqvist, a indenização é necessária
para soerguer a marca Rio de
Janeiro no exterior. "O apagão
aéreo causou danos à imagem
do Rio. Os recursos serão usados para promover a cidade."
A ocupação nos hotéis do Rio
às vésperas do Réveillon está
em 80,15%. Em igual período
do ano passado, o percentual
chegava a 85,36%.
De acordo com Eraldo Alves
da Cruz, presidente da Abih nacional, os Estados mais afetados neste fim de ano são os do
Nordeste, com destaque para
Pernambuco. "A ocupação dos
hotéis está em 10%, quando o
normal para a época é de pelo
menos 60%", afirma o presidente da Abih de Pernambuco,
José Otávio de Meira Lins.
Os cancelamentos de pacotes
para o Réveillon chegaram a
30% em Natal (RN), mesmo índice registrado em Salvador
(BA). Em Fortaleza (CE), os hotéis registram 5% de pacotes
cancelados para o fim de ano.
No Norte do país, a crise afeta
principalmente os chamados
hotéis de selva, que promovem
turismo ecológico.
O hotel Ariaú Amazon Towers, em Iranduba (60 km de
Manaus), registrou queda de
10% nas vendas de pacotes.
"Um pacote para um grupo de
40 turistas foi cancelado devido
à crise aérea", afirmou Ellen Rita Honorato, vice-presidente
do hotel. O hotel teve ainda 30
reservas individuais para o Réveillon canceladas.
As operadoras de turismo
também registram queda nas
vendas de pacotes. Segundo a
Braztoa (Associação Brasileira
das Operadoras de Turismo), o
último levantamento, do início
do mês, mostra que menos de
45% dos pacotes para o fim do
ano estavam vendidos, quando
o normal é de, no mínimo, 55%.
O que acabou aumentando
foi a procura por cruzeiros. No
início do ano, a CVC dobrou seu
número de navios na costa brasileira (de três para seis).
Desde o começo do mês, não
há mais lugares para o Réveillon e restam poucos lugares
para as férias de janeiro.
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