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Mesmo após confusão, passageiros ainda não conseguem recuperar malas
ESTÊVÃO BERTONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sem as malas desde quinta-feira, quando desembarcou em
Guarulhos para passar o Natal e
o Ano Novo com a mãe, a professora Sandra Regina Gomes
de Oliveira, 39, voltou ontem ao
aeroporto com a esperança de
ter suas roupas de volta.
Vinda de Viena, na Áustria,
onde mora com o marido austríaco, Regina só conseguiu da
TAM uma ajuda emergencial
de US$ 50 -valor que a empresa paga para passageiros "em
trânsito" de vôo internacionais.
Das malas, nada se sabe.
Depois de passar mais de
duas horas no setor de bagagem, Regina foi informada que
o prazo estipulado pela Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) para que suas duas malas
sejam devolvidas é de 30 dias.
"Não posso ficar todo esse tempo sem minha bagagem. Eu não
tenho roupas para vestir."
Após os 30 dias, se a bagagem
não for encontrada, a TAM deve pagar a Regina uma indenização de R$ 55,82 por quilo. Para vôos nacionais, o valor é de
R$ 27,35 por quilo.
Em sua primeira viagem pela
TAM, o português Eduardo
Freitas, 47, gestor de telecomunicações em Lisboa (Portugal),
diz que já teve suas bagagens
extraviadas outras vezes. "O
problema é ficar sem informações." De suas dez malas, uma
não foi encontrada.
Freitas, que partiu com sua
mulher de Goiânia -onde estava a trabalho- até Guarulhos,
de onde seguiu para Portugal,
conta que sua mala estava identificada. "Vamos voltar a Portugal sem uma mala. De lá, vou
processar a TAM."
Freitas e a professora Regina
foram algumas das pessoas que
tentaram recuperar a bagagem
extraviada por conta da sucessão de atrasos e cancelamentos
de vôos às vésperas do Natal.
Poucos tiveram sorte. Um
deles foi o também português
Diogo Ferreira, 40, administrador de empresas, que chegou
em São Paulo no dia 20 e só ontem localizou a mala da filha.
Ele chegou a ir três vezes a
Cumbica atrás das bagagens.
A própria TAM admitiu que
cerca de 3.000 malas ficaram
perdidas em aeroportos de todo o país por conta da confusão.
Em Congonhas, a Infraero teve
de ceder uma sala para acomodar as bagagens perdidas.
Sem fiscalização
No aeroporto Tom Jobim, do
Rio, centenas de malas permaneciam num canto ontem. Os
interessados em reaver os pertences circulavam livremente à
procura da bagagem.
O funcionário público francês Michel Brault, 58, chegou a
bater na sala da TAM para perguntar se poderia simplesmente sair com a bagagem a tiracolo. Foi informado de que deveria assinar um protocolo.
Brault chegou sábado ao Brasil para passar o Natal com a
namorada, Ana Paula Olegário.
Os presentes ficaram na mala.
"Extravio de bagagem é algo
que acontece em qualquer lugar do mundo, mas ficar quatro
dias sem qualquer informação,
encontrar a mala jogada e sair
sem fiscalização, eu nunca tinha visto", disse.
A companhia ofereceu um
reembolso de US$ 50. "Isso não
paga nem a muda de roupa que
ele teve que comprar", reclamou Ana Paula.
A enfermeira Rosemary Viana, 39, chorava em busca das
malas com remédios que trouxe de Miami para a mãe. "Perdi
meus pertences, o aparelho para medir o açúcar que trouxe
para ela e os presentes."
A TAM informou que no fim
do dia ainda existiam 100 bagagens no aeroporto de Guarulhos e 150 no Tom Jobim.
Colaborou a Sucursal do Rio
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