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Mais de 1.500 ficam sem atendimento no HC
Houve tumulto e falta de informação de manhã no Prédio dos Ambulatórios, causados por pane nos computadores, segundo hospital
Direção acredita que funcionamento esteja normal a partir do dia 2, mas médico diz que prazo dificilmente será cumprido
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os 1.543 pacientes que tinham consultas, exames e cirurgias marcados para ontem
no Prédio dos Ambulatórios do
Hospital das Clínicas ficaram
sem atendimento. Cerca de
200 pessoas conseguiram a remarcação -a maioria para os
dias 2, 3 e 4. Pacientes mais graves foram atendidos em outros
institutos, mas a direção do
hospital não informou quantos.
Quem foi de manhã ao local
para tentar fazer consulta ou
remarcá-la teve problemas.
Houve tumulto e falta de informação. Muitos voltaram para
casa sem fazer a remarcação.
Segundo a direção do HC, a
confusão foi causada por problemas nos computadores.
Por volta das 7h, já havia
mais de 150 pessoas na fila em
frente ao prédio. A maioria buscava remédios, mas a farmácia
não abriu. Apenas quem não tinha estoque em casa foi atendido. Os demais foram remarcados para a próxima semana.
Benedito Aparecido de Oliveira, 67, aposentado, teve um
glaucoma há três anos e, desde
então, precisa usar colírio que
retira no HC. Morador de Socorro (134 km de SP), ele sabia
do incêndio, mas achava que
conseguiria pegar o remédio.
Disse que gasta cerca de R$ 20
de condução e o colírio custa
mais de R$ 100. "O remédio tá
acabando. Deve dar para mais
uns dois dias, mas vou voltar
pra buscar semana que vem."
Logo cedo, funcionários começaram a distribuir papéis
onde constava um número de
telefone para fazer a remarcação. O número era de uma central da Secretaria de Estado da
Saúde, que dizia não ter condições de remarcar as consultas.
Entre idas e vindas, o problema durou das 5h30 até por volta das 10h, quando o sistema de
informática foi restabelecido.
Na sala de reagendamento,
um paciente desabafou. "Ninguém agüenta mais. Prazos
longos, todo mundo doente
sem atendimento. É um absurdo", disse o comerciante de 53
anos, que pediu anonimato.
O HC estima que a partir de 2
de janeiro o Prédio dos Ambulatórios voltará a funcionar
normalmente. De acordo com
José Manoel de Camargo Teixeira, superintendente do hospital, as empresas contratadas
para dar manutenção aos equipamentos serão convocadas
para auxiliar na limpeza. Os
funcionários do HC também
ajudarão no processo.
Um médico da unidade, que
não quer ser identificado, entende que o prazo dificilmente
será cumprido, pois há muita
fuligem a ser removida e as empresas que podem fazer o teste
dos equipamentos estão em férias coletivas.
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