São Paulo, quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

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Mais de 1.500 ficam sem atendimento no HC

Houve tumulto e falta de informação de manhã no Prédio dos Ambulatórios, causados por pane nos computadores, segundo hospital

Direção acredita que funcionamento esteja normal a partir do dia 2, mas médico diz que prazo dificilmente será cumprido

DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os 1.543 pacientes que tinham consultas, exames e cirurgias marcados para ontem no Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas ficaram sem atendimento. Cerca de 200 pessoas conseguiram a remarcação -a maioria para os dias 2, 3 e 4. Pacientes mais graves foram atendidos em outros institutos, mas a direção do hospital não informou quantos.
Quem foi de manhã ao local para tentar fazer consulta ou remarcá-la teve problemas. Houve tumulto e falta de informação. Muitos voltaram para casa sem fazer a remarcação. Segundo a direção do HC, a confusão foi causada por problemas nos computadores.
Por volta das 7h, já havia mais de 150 pessoas na fila em frente ao prédio. A maioria buscava remédios, mas a farmácia não abriu. Apenas quem não tinha estoque em casa foi atendido. Os demais foram remarcados para a próxima semana.
Benedito Aparecido de Oliveira, 67, aposentado, teve um glaucoma há três anos e, desde então, precisa usar colírio que retira no HC. Morador de Socorro (134 km de SP), ele sabia do incêndio, mas achava que conseguiria pegar o remédio. Disse que gasta cerca de R$ 20 de condução e o colírio custa mais de R$ 100. "O remédio tá acabando. Deve dar para mais uns dois dias, mas vou voltar pra buscar semana que vem."
Logo cedo, funcionários começaram a distribuir papéis onde constava um número de telefone para fazer a remarcação. O número era de uma central da Secretaria de Estado da Saúde, que dizia não ter condições de remarcar as consultas.
Entre idas e vindas, o problema durou das 5h30 até por volta das 10h, quando o sistema de informática foi restabelecido.
Na sala de reagendamento, um paciente desabafou. "Ninguém agüenta mais. Prazos longos, todo mundo doente sem atendimento. É um absurdo", disse o comerciante de 53 anos, que pediu anonimato.
O HC estima que a partir de 2 de janeiro o Prédio dos Ambulatórios voltará a funcionar normalmente. De acordo com José Manoel de Camargo Teixeira, superintendente do hospital, as empresas contratadas para dar manutenção aos equipamentos serão convocadas para auxiliar na limpeza. Os funcionários do HC também ajudarão no processo.
Um médico da unidade, que não quer ser identificado, entende que o prazo dificilmente será cumprido, pois há muita fuligem a ser removida e as empresas que podem fazer o teste dos equipamentos estão em férias coletivas.


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