|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JAYME WATT LONGO (1914-2008)
Nele acreditava o general paraguaio
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O general paraguaio lhe
disse que brasileiro não tinha palavra. Ao cumprir a
promessa de fundar a cidade
de Katuetê, no Paraguai, próxima à fronteira com o Paraná, Jayme Watt Longo, brasileiro nascido em São Paulo,
recebeu um telefonema do
mesmo general, que não deu
o braço a torcer: "Você é o
primeiro brasileiro em quem
eu acredito", afirmou.
Não era a primeira vez que
Jayme cumpria com a palavra no que se refere a fundações de cidades. Anos antes,
criara Iretama (PR). "Meu
pai era um idealista", conta o
filho George. Ao longo da vida, acumulou sete títulos de
cidadão honorário, inclusive
do Estado do Paraná.
O filho Eduardo lembra
que o pai era paciente, contemporizador. Certa vez, iam
num pequeno avião, e a viagem ficou complicada com a
inexperiência do piloto.
"Lembro do meu pai acalmando o piloto até que deu
pra ver o sol e pousar", diz.
Filho de um construtor
italiano, casou-se com a filha
do "último rei do café". Enveredou para a agricultura.
"Era um experimentalista.
Plantou tudo o que era possível, de uva a hortelã", conta o
filho Carlos Alberto.
Jayme era o principal acionista da empresa que controla o grupo Vale do Ivaí S/A
Açúcar e Álcool, no PR. Adorava a fazenda que tinha no
Estado, onde criava gado.
Morreu no domingo, aos
94, de falência múltipla dos
órgãos. Deixa três filhos, cinco netos e cinco bisnetos. Pediu para que não fosse celebrada missa de sétimo dia.
obituario@grupofolha.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Anac multa Gol e dá 1 mês para os atrasos acabarem Índice
|