São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 2008

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JAYME WATT LONGO (1914-2008)

Nele acreditava o general paraguaio

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O general paraguaio lhe disse que brasileiro não tinha palavra. Ao cumprir a promessa de fundar a cidade de Katuetê, no Paraguai, próxima à fronteira com o Paraná, Jayme Watt Longo, brasileiro nascido em São Paulo, recebeu um telefonema do mesmo general, que não deu o braço a torcer: "Você é o primeiro brasileiro em quem eu acredito", afirmou.
Não era a primeira vez que Jayme cumpria com a palavra no que se refere a fundações de cidades. Anos antes, criara Iretama (PR). "Meu pai era um idealista", conta o filho George. Ao longo da vida, acumulou sete títulos de cidadão honorário, inclusive do Estado do Paraná.
O filho Eduardo lembra que o pai era paciente, contemporizador. Certa vez, iam num pequeno avião, e a viagem ficou complicada com a inexperiência do piloto. "Lembro do meu pai acalmando o piloto até que deu pra ver o sol e pousar", diz.
Filho de um construtor italiano, casou-se com a filha do "último rei do café". Enveredou para a agricultura. "Era um experimentalista. Plantou tudo o que era possível, de uva a hortelã", conta o filho Carlos Alberto.
Jayme era o principal acionista da empresa que controla o grupo Vale do Ivaí S/A Açúcar e Álcool, no PR. Adorava a fazenda que tinha no Estado, onde criava gado. Morreu no domingo, aos 94, de falência múltipla dos órgãos. Deixa três filhos, cinco netos e cinco bisnetos. Pediu para que não fosse celebrada missa de sétimo dia.

obituario@grupofolha.com.br


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