|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA
Escuta telefônica da polícia fluminense revelou que fornecedora de drogas de SP abastecia traficante carioca
Investigação no Rio indica parceria CV-PCC
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Uma investigação da Polícia Civil fluminense descobriu mais um
possível elo entre as facções criminosas CV (Comando Vermelho),
do Rio, e PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo.
Por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça,
policiais descobriram que o traficante Alexandre Roberto Freitas,
o VG, chefe do tráfico no complexo do Alemão (zona norte), negociou a compra de 500 kg de maconha com Marília Pereira dos Santos, presa na Cadeia Pública 4 de
Pinheiros, em São Paulo.
A unidade abriga detentos vinculados ao PCC, do qual Santos
seria uma das principais fornecedoras de drogas.
A escuta mostrou que a maconha, que chegou ao Rio em um
caminhão, foi descarregada no último dia 14 na favela da Chatuba
(zona norte), reduto de VG. Parte
da droga seria vendida em uma
faculdade do Rio.
A polícia informou que não
conseguiu impedir que a droga
chegasse ao Rio porque, no momento da ligação, os traficantes
não indicaram o local em que ela
seria descarregada. Só no dia seguinte, em novas conversas, é que
eles teriam mencionado o local,
mas a entrega já teria ocorrido.
Os policiais encarregados da investigação disseram que a interceptação indicou ainda que VG e
Santos negociaram o envio de
mais uma tonelada de maconha
ao Rio. O carregamento, no entanto, não chegou à cidade.
O contato de Santos com o CV
viria, ao menos, desde setembro
de 2003. Naquele mês, ela e Ari
Gonçalves Júnior foram presos
em Itu (103 km de São Paulo)
quando transportavam duas toneladas de maconha. A droga, segundo o Denarc (Departamento
de Investigações sobre Narcóticos
da Polícia Civil de SP), veio de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e
seria vendida a traficantes do
complexo do Alemão.
O Denarc informou que o CV
estaria tentando, com o auxílio do
PCC, se estabelecer na zona leste
da capital paulista na tentativa de
controlar a venda de drogas.
VG, segundo a polícia do Rio,
sucedeu o traficante Elias Pereira
da Silva, o Elias Maluco, no comando do tráfico no complexo do
Alemão. Ele estaria fortalecendo
outros redutos do CV com o objetivo de invadir áreas dominadas
pela facção rival ADA (Amigo dos
Amigos). VG também é conhecido como Alexandre, o Grande.
A suposta aliança entre PCC e
CV vem sendo investigada desde
2001. Segundo as polícias do Rio e
de São Paulo, a parceria teria sido
firmada na época em que duas lideranças do grupo paulista, José
Márcio Felício, o Geleião, e César
Augusto Roris, o Cesinha, estiveram presos em Bangu 1 (no Rio),
na companhia de chefes do CV.
Texto Anterior: Crime: Quadrilha rouba pedras medicinais em Franca Próximo Texto: Diplomacia: Chega hoje primeiro vôo dos EUA com ilegais Índice
|