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Resgate de brasileiros é feito a conta gotas em Machu Picchu
Itamaraty informa em nota que, dos 800 turistas que já foram retirados de Águas Calientes, cerca de 30 eram brasileiros
Cerca de 1.200 ainda estão retidos; Embaixada do Peru no Brasil diz que montou sistema de abastecimento para os que permanecem
"Diario La Republica"/AP
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Turistas retirados da cidade histórica de Machu Picchu chegam de helicóptero a Cusco, no Peru
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar das más condições de
tempo, mais brasileiros foram
retirados ontem de Águas Calientes, no Peru, por helicópteros do governo local. Até o momento, porém, só 30 dos 800 visitantes resgatados da cidade
próxima a Machu Picchu eram
brasileiros, segundo informações do Itamaraty.
Anteontem, o governo brasileiro havia feito uma negociação com o Peru para que todos
os brasileiros fossem resgatados ainda ontem.
Segundo a Embaixada do
Brasil em Lima, anteontem pelo menos 21 brasileiros, muitos
deles com idade acima dos 60
anos, foram resgatados. A embaixada não sabia dizer, porém,
quantos dos 180 turistas brasileiros estimados no local ainda
aguardavam resgate.
Em entrevista anteontem à
Folha, um turista afirmou que
o número era maior.
Onze helicópteros estão
atuando na operação, mas cerca de 1.200 turistas ainda estavam retidos em Machu Picchu.
Também em nota, a Embaixada do Peru no Brasil informou
que, além da operação de resgate, montou um sistema de abastecimento para quem ainda
permanece no local.
O contador brasileiro Mauro
Fornazari, um dos turistas retidos em Águas Calientes, disse
que os brasileiros organizaram
uma espécie de QG, em frente à
prefeitura da cidade para trocar
informações e apoio.
Encontrar vagas nos voos
ainda era tarefa difícil na manhã. "Doentes, idosos e crianças têm prioridade. Mas nem
sempre isso tem sido respeitado. Há histórias de gente que
pagou para conseguir embarcar", diz Fornazari.
Helicópteros
Como ainda há um número
significativo de brasileiros no
local, o Brasil não descarta uma
operação com helicópteros
próprios para buscá-los, o que
dependeria de autorização do
governo peruano.
Até o início da noite, porém,
o Peru não havia autorizado
que as aeronaves brasileiras, e
de outras nacionalidades, entrassem na região, segundo a
embaixada do Brasil.
O Brasil deixou de stand by
uma operação com quatro helicópteros da FAB (Força Aérea
Brasileira) -que poderia incluir um quinto e um avião-
em Porto Velho, para o caso de
o resgate peruano não ocorrer.
Além do resgate com meios
próprios, o governo não descarta trazer, em avião próprio, brasileiros já resgatados e que se
encontram em Cusco.
Ajuda
Ontem, o embaixador brasileiro no país, Jorge Taunay, foi
a Cusco, que concentra os esforços do resgate, para verificar
a situação dos turistas.
De Águas Calientes, os turistas estão sendo levados de helicóptero a Ollantaytambo e,
de lá, seguem para Cusco por
uma estrada.
De acordo com Rodrigo Estrela, diplomata brasileiro em
Lima, não há relato de brasileiros mortos, feridos ou com
doenças potencialmente graves. Eles estão abrigados em escolas, hotéis e vagões de trem.
Outros meios cogitados para
o resgate de turistas incluiriam
empresas brasileiras com negócios na região.
A Odebrecht informou já ter
retirado funcionários da Petrobras que estavam em Águas Calientes por meio de um helicóptero terceirizado.
A empresa disse também que
ofereceu máquinas para desobstruir a linha férrea, que poderia escoar com maior rapidez
os turistas da região.
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