São Paulo, quinta, 28 de janeiro de 1999

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OPINIÃO

Inspeção veicular: a prova

GERALDO LUIZ S. MAURO

A partir deste ano deverá ter início o programa brasileiro de Inspeção Técnica de Veículos. Controvérsias à parte sobre a sua implantação, é importante ressaltar que a inspeção não será apenas um atestado de que o veículo está em condições adequadas para circular por nossas ruas e estradas, mas também uma verdadeira prova de competência para as oficinas de reparação de veículos de todo o país.
Dentro dessa nossa nova realidade, apenas as oficinas mais bem equipadas e com profissionais capacitados terão condições técnicas de atender a nossa frota e dar segurança ao consumidor no momento de levar o seu veículo para a inspeção veicular. E isso, logicamente, obrigará a maior parte do setor de reparação a passar por uma verdadeira revolução.
Nesse sentido, as oficinas estão obrigadas, mais do que nunca, a acompanhar as transformações tecnológicas em curso, o que significa grandes investimentos em equipamentos e ferramentas. Sem esquecer, é claro, no preparo da sua mão-de-obra.
Em termos de preparo do profissional da reparação, o grande diferencial para o consumidor será o certificado ASE (Automotive Service Excellence). Esse certificado atesta a capacitação do profissional responsável pela reparação dos nossos veículos. No início deste ano já teremos mais de 8.000 profissionais certificados pela ASE espalhados pelo país.
De olho no mercado da reparação, várias franquias internacionais no setor estão vindo para o Brasil. Já as oficinas independentes, que são a grande maioria no país, também estão se mexendo. Uma das tendências é a criação de redes -como existem, por exemplo, com as farmácias.
Toda essa movimentação deverá resultar em um novo quadro para o setor, inclusive com a diminuição das oficinas existentes atualmente: 172 mil, que geram 1 milhão de empregos diretos. Irão sobreviver as que conseguirem atender tecnologicamente a frota existente, com preços adequados e serviços eficientes.
Vale lembrar que, com a nova realidade na qual iremos entrar, após um cliente se dirigir à oficina de sua confiança, para correção de defeitos detectados durante a inspeção do veículo, irá voltar à estação de vistoria para comprovar que o serviço foi feito corretamente. E, nesse instante, a oficina estará enfrentando a sua verdadeira prova de fogo. Assim, podemos afirmar que o momento da verdade está chegando para o nosso setor, com o início da inspeção veicular obrigatória.


Geraldo Luiz Santo Mauro, 64, é presidente da Abrive (Associação Brasileira das Reparadoras Independentes de Veículos) e do Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo).



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