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OPINIÃO
Inspeção veicular: a prova
GERALDO LUIZ S. MAURO
A partir deste ano deverá ter início o programa brasileiro de Inspeção Técnica de Veículos. Controvérsias à parte sobre a sua implantação, é importante ressaltar
que a inspeção não será apenas um
atestado de que o veículo está em
condições adequadas para circular
por nossas ruas e estradas, mas
também uma verdadeira prova de
competência para as oficinas de reparação de veículos de todo o país.
Dentro dessa nossa nova realidade, apenas as oficinas mais bem
equipadas e com profissionais capacitados terão condições técnicas
de atender a nossa frota e dar segurança ao consumidor no momento
de levar o seu veículo para a inspeção veicular. E isso, logicamente,
obrigará a maior parte do setor de
reparação a passar por uma verdadeira revolução.
Nesse sentido, as oficinas estão
obrigadas, mais do que nunca, a
acompanhar as transformações
tecnológicas em curso, o que significa grandes investimentos em
equipamentos e ferramentas. Sem
esquecer, é claro, no preparo da
sua mão-de-obra.
Em termos de preparo do profissional da reparação, o grande diferencial para o consumidor será o
certificado ASE (Automotive Service Excellence). Esse certificado
atesta a capacitação do profissional responsável pela reparação dos
nossos veículos. No início deste
ano já teremos mais de 8.000 profissionais certificados pela ASE espalhados pelo país.
De olho no mercado da reparação, várias franquias internacionais no setor estão vindo para o
Brasil. Já as oficinas independentes, que são a grande maioria no
país, também estão se mexendo.
Uma das tendências é a criação de
redes -como existem, por exemplo, com as farmácias.
Toda essa movimentação deverá
resultar em um novo quadro para
o setor, inclusive com a diminuição das oficinas existentes atualmente: 172 mil, que geram 1 milhão de empregos diretos. Irão sobreviver as que conseguirem atender tecnologicamente a frota existente, com preços adequados e serviços eficientes.
Vale lembrar que, com a nova
realidade na qual iremos entrar,
após um cliente se dirigir à oficina
de sua confiança, para correção de
defeitos detectados durante a inspeção do veículo, irá voltar à estação de vistoria para comprovar
que o serviço foi feito corretamente. E, nesse instante, a oficina estará enfrentando a sua verdadeira
prova de fogo. Assim, podemos
afirmar que o momento da verdade está chegando para o nosso setor, com o início da inspeção veicular obrigatória.
Geraldo Luiz Santo Mauro, 64, é presidente da
Abrive (Associação Brasileira das Reparadoras Independentes de Veículos) e do Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e
Acessórios do Estado de São Paulo).
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