São Paulo, quinta, 28 de janeiro de 1999

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Suposta vítima de pílula inócua receberá pensão de R$ 1.560

RONI LIMA
da Sucursal do Rio

Em audiência de conciliação, a Justiça do Rio determinou ontem que o laboratório Schering do Brasil pague provisoriamente uma pensão mensal de 12 salários mínimos (R$ 1.560) à professora Paloma Riberto Trepin, 36.
Mãe há quatro meses de gêmeas, Paloma diz ter engravidado porque estaria tomando o anticoncepcional Microvlar que, produzido para teste sem o princípio ativo, acabou vendido no mercado.
A juíza da 42ª Vara Cível, Vera Maria Andrade Lage Tourinho, determinou também que a Schering instale um telefone na casa de Paloma, no município de Volta Redonda (RJ), para qualquer emergência médica, e providencie uma carteira para ela da Unimed.
A decisão vale até o julgamento do mérito da ação judicial movida por Paloma contra a companhia. O advogado da professora, Jorge Béja, calcula que a ação deverá levar dois anos para ser julgada.
Durante a audiência, Paloma reclamou que as filhas Evelyn e Emily estão com problemas de saúde -como rejeição ao leite de vaca e insuficiência respiratória- e que, por não possuir ainda uma carteira definitiva da Unimed, tem tido problemas em marcar consultas e fazer exames.
No ano passado, a Justiça havia determinado liminarmente que a Schering pagasse o parto e um plano de saúde para as gêmeas.
A advogada da Schering, Silvia Peixoto, disse que vai recorrer, pois não concorda com a decisão. Segundo sustentou a advogada durante a audiência, é "muito pequena" a hipótese de as cartelas do medicamento terem chegado ao mercado do Rio na época em que a professora engravidou.
Trepin disse não ter guardado nenhuma cartela vazia pílula. No início da ação, seu médico atestara que ela tomava a pílula Microvlar havia 12 anos.



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