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FAVELA NAVAL
Acusações podem ser abrandadas
Ex-PMs podem ser libertados após júri
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
Três dos quatro ex-PMs que estão sendo julgados no Tribunal do
Júri de Diadema (Grande SP) por
participação no caso da favela Naval deverão ter suas acusações
abrandadas e poderão sair em liberdade do plenário.
Ricardo Luiz Buzeto, Rogério
Néri Bonfim, Demontier Carolino
de Figueiredo e Adriano Lino de
Oliveira foram denunciados por
co-autoria em homicídio ou por
tentativa de homicídio, além de
abusos de autoridade.
As cenas de dez policiais agredindo pessoas que passavam pelo
local foram gravadas por um cinegrafista, na favela Naval, em março
de 97. Em uma das blitze, o conferente Mário Josino foi morto com
um tiro disparado pelo ex-PM
Otávio Gambra, o Rambo, que fora
condenado a 65 anos de prisão.
Além dele, outros três ex-policiais militares já foram condenados. Dois deles foram libertados
porque já haviam cumprido um
sexto da pena que receberam. Faltam ser julgados mais dois ex-PMs.
De acordo com o promotor José
Carlos Blat, a acusação poderá "diminuir a carga de acusação em razão da participação dos réus".
Isso significa que as responsabilizações por homicídio e tentativa
de homicídio devem deixar de ser
sugeridas pelo Ministério Público
para Demontier, Adriano e Buzeto. Poderá permanecer a acusação
de duas tentativas de homicídio
em relação a Bonfim.
Nesse caso, os três primeiros responderão somente pelos crimes de
abuso de autoridade. Se condenados, as penas não devem ultrapassar dois anos. Como estão presos
há mais de um ano, teriam direito à
liberdade. Há ainda a possibilidade de diminuição da acusação em
relação a Bonfim.
O advogado dos réus, Celso Vendramini, defende a condenação de
seus clientes somente por abuso de
autoridade. "Esses PMs agiram de
uma forma errada e devem pagar
por isso, mas não devem ser condenados pelo assassinato, do qual
não participaram." O julgamento
deve terminar hoje.
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