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São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

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BARBARA GANCIA

Amante mudou de nome - 2

Hoje faz uma semana que usei este espaço para falar da hipocrisia dos meios de comunicação e dos envolvidos no caso dos grampos na Bahia, que insistem em usar o eufemismo "ex-namorada" para tratar a antiga amante de Antonio Carlos Magalhães, Adriana Barreto.
A repercussão que a coluna gerou foi extraordinária. Nunca, em 12 anos de caderno Cotidiano, um texto meu recebeu a aprovação unânime dos leitores. Das dezenas de mensagens que recebi comentando a impropriedade do tratamento que a mídia reserva à senhora Barreto, não houve uma só pessoa que discordasse do que escrevi aqui. Muitos leitores se disseram, inclusive, admirados com a revelação de que ACM é casado, pois tinham deduzido que o senador fosse viúvo!
Na crítica interna do ombudsman, que circula entre todos os jornalistas, o titular Bernardo Ajzenberg comentou: "A coluna Barbara Gancia chama a atenção para o fato de que o senador ACM é casado, dá até o nome de sua mulher e questiona a mídia (Folha inclusive) quanto a chamar Adriana Barreto de ex-namorada, e não de ex-amante de ACM. Concordo com a observação. É esquisito que o jornal não tenha, até o momento e salvo engano, sequer mencionado o fato de que o senador é casado. O assunto é delicado e polêmico, mas creio que os princípios estabelecidos pelo manual da Folha, em especial nas páginas 27 e 28, sobre a questão da vida privada e cuidados éticos no que diz respeito a homens públicos, autorizam-nos a dizer as coisas, neste caso, como elas são".
Parece óbvio que o leitor desaprova o tratamento que a mídia dá ao caso. Ele quer, como diz o ombudsman, que as coisas sejam ditas "como são". Pois bem, passada uma semana desde a publicação do meu texto, na prática, o que aconteceu? Nada. O jornal continua a usar o termo "ex-namorada" e até mesmo o ilustre Clóvis Rossi achou por bem ignorar a existência da coluna e atribuir a uma leitora que escreveu para se manifestar a meu favor um conceito expresso por mim.

De 25 a 27 de março, a rainha Beatriz da Holanda estará em Sampa. Ela será recebida oficialmente pelo cônsul-geral dos Países Baixos, o senhor Hans Glaubitz, e por seu companheiro de vida, o senhor Raul Garcia Lao. Os nomes dos dois serão impressos nos convites oficiais e enviados às mais altas autoridades do Estado. Gente evoluída é outra coisa!


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