|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUVENTUDE ENCARCERADA
PM conseguiu recapturar 14 jovens; um funcionário foi mantido refém em unidade
Febem Tatuapé tem fuga de 17 internos e mais uma rebelião
DA REPORTAGEM LOCAL
O complexo da Febem do Tatuapé, na zona leste de São Paulo,
voltou a ser alvo de fugas e rebelião de internos entre a noite de
anteontem e a madrugada de ontem, em mais um da série de tumultos na instituição desde as demissões de 1.751 funcionários,
anunciada há dez dias pela gestão
Geraldo Alckmin (PSDB).
Dezessete adolescentes escaparam de uma unidade, dos quais 14
foram recapturados pela Polícia
Militar, de acordo com a assessoria de imprensa da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do
Menor). A ação dos internos foi
seguida de um motim. Um dos
agentes recém-contratados foi
mantido refém durante quase
duas horas, mas não se feriu.
A assessoria da Febem chegou a
divulgar que um menor havia sido baleado na perna, possivelmente durante perseguição para
recuperar os fugitivos. Mas a informação foi negada pela Polícia
Militar. "Não houve tiro nenhum.
O menor teve somente um corte
na panturrilha", disse Jorge Luiz
Alves, major que é chefe de comunicação social da instituição.
O adolescente ferido passou a
noite no Pronto-Socorro do Tatuapé e recebeu alta de manhã. A
suspeita é que ele tenha se machucado ao pular os alambrados do
complexo, que tem 18 unidades e
abriga internos considerados de
alta periculosidade. Os 17 que
chegaram a fugir pertencem à
unidade 5, onde havia 56 jovens.
Ariel de Castro Alves, presidente do Movimento Nacional dos
Direitos Humanos, esteve ontem
no complexo do Tatuapé e afirmou à Folha que não havia interno baleado na madrugada.
Ele disse que os menores que escaparam deveriam estar trancados -por terem participado de
rebelião durante a semana- e
que a Febem investiga se eles conseguiram sair sozinhos ou se algum funcionário facilitou a fuga.
Segundo Alves, os rebelados da
unidade 5 ficarão mais cinco dias
trancados, como forma de castigo, por terem se amotinado novamente, conforme punição prevista no regulamento da fundação.
A rebelião da madrugada de ontem começou por volta das 23h e
só foi controlada após a 1h, com a
entrada do Grupo de Apoio, conhecido como "choquinho".
Colaborou o "Agora"
Texto Anterior: Batatais: Após ameaça, prefeito pede proteção Próximo Texto: Campinas: Não há provas, diz advogado Índice
|