São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

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JUVENTUDE ENCARCERADA

PM conseguiu recapturar 14 jovens; um funcionário foi mantido refém em unidade

Febem Tatuapé tem fuga de 17 internos e mais uma rebelião

DA REPORTAGEM LOCAL

O complexo da Febem do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, voltou a ser alvo de fugas e rebelião de internos entre a noite de anteontem e a madrugada de ontem, em mais um da série de tumultos na instituição desde as demissões de 1.751 funcionários, anunciada há dez dias pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB).
Dezessete adolescentes escaparam de uma unidade, dos quais 14 foram recapturados pela Polícia Militar, de acordo com a assessoria de imprensa da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor). A ação dos internos foi seguida de um motim. Um dos agentes recém-contratados foi mantido refém durante quase duas horas, mas não se feriu.
A assessoria da Febem chegou a divulgar que um menor havia sido baleado na perna, possivelmente durante perseguição para recuperar os fugitivos. Mas a informação foi negada pela Polícia Militar. "Não houve tiro nenhum. O menor teve somente um corte na panturrilha", disse Jorge Luiz Alves, major que é chefe de comunicação social da instituição.
O adolescente ferido passou a noite no Pronto-Socorro do Tatuapé e recebeu alta de manhã. A suspeita é que ele tenha se machucado ao pular os alambrados do complexo, que tem 18 unidades e abriga internos considerados de alta periculosidade. Os 17 que chegaram a fugir pertencem à unidade 5, onde havia 56 jovens.
Ariel de Castro Alves, presidente do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, esteve ontem no complexo do Tatuapé e afirmou à Folha que não havia interno baleado na madrugada.
Ele disse que os menores que escaparam deveriam estar trancados -por terem participado de rebelião durante a semana- e que a Febem investiga se eles conseguiram sair sozinhos ou se algum funcionário facilitou a fuga.
Segundo Alves, os rebelados da unidade 5 ficarão mais cinco dias trancados, como forma de castigo, por terem se amotinado novamente, conforme punição prevista no regulamento da fundação.
A rebelião da madrugada de ontem começou por volta das 23h e só foi controlada após a 1h, com a entrada do Grupo de Apoio, conhecido como "choquinho".


Colaborou o "Agora"

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