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CAMPINAS
Depoimento cita abuso, mas tio rejeita versão
Não há provas, diz advogado
DA REPORTAGEM LOCAL
Um tio da adolescente M.M.C.,
15, única sobrevivente da família
que morreu envenenada em
Campinas (95 km de São Paulo),
declarou em depoimento à Polícia Civil que a garota lhe contou
que estava sendo agredida e abusada sexualmente pelo pai, o médico Hudson Carvalho.
O advogado Daniel Keleti, contratado pela família para acompanhar as investigações da polícia,
disse que a família descarta essa
possibilidade, porque não há provas que sustentem isso.
Segundo Keleti, o tio da adolescente, Lincoln Carvalho, contou à
polícia que o fato ocorreu em outubro do ano passado. Na ocasião,
a menina fugiu da casa dos pais e
foi para o Rio de Janeiro fazer um
teste para atriz. Como não conseguiu, foi para a casa do tio.
"Ele [Lincoln] afirmou à polícia
que acolheu a menina em sua casa
no Rio de Janeiro. Lá, M.M.C.
contou que sofria abusos do pai e
também espancamentos", disse.
Os parentes, diz Keleti, pediram
explicações ao pai da garota, que
negou as acusações. "Ela fez uma
consulta psicológica e acompanhamento médico com ginecologista. Nada foi constatado. A família não considera essa possibilidade", afirmou o advogado, que
acompanhou os depoimentos.
O médico Hudson Carvalho, 46,
a mulher dele, Thelma Almeida
Migueis, 43, e a filha de 17 anos,
morreram após consumir grande
quantidade de arsênico misturado à comida, no final de janeiro.
M.M.C. foi socorrida a tempo. Ela
fugiu da casa da avó, no dia 21, e
continua desaparecida.
A adolescente deixou uma fita
de vídeo que foi apreendida pela
polícia. O programa Fantástico,
da TV Globo, mostrou trechos da
gravação. Em um deles, ela diz
que não seria capaz de matar a
mãe e a irmã, mas não cita o pai.
Para a polícia, houve crime e o
autor é um dos integrantes da família. Parentes, porém, afirmam
que a polícia deve investigar outras possibilidades.
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