São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

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Violência aumentou em Salvador, indica balanço

DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Balanço parcial divulgado ontem pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) da Bahia aponta que a violência aumentou no Carnaval de Salvador neste ano, em comparação com 2005.
De nove tipos de ocorrências, seis tiveram crescimento: roubo, furto, lesões corporais, tráfico de drogas, apreensão de arma branca e presos em flagrante. As estatísticas se referem às ocorrências registradas no circuito carnavalesco até a manhã de domingo.
Com aumento de 357,1%, a apreensão de arma branca teve o maior crescimento. Em números absolutos, porém, os furtos são mais expressivos: foram 756 casos (um aumento de 40%). Lesões corporais e roubos cresceram, respectivamente, 40,8% e 37,7% (em números absolutos, foram 214 e 73 ocorrências).
Convidado do grupo Olodum, o embaixador de Angola no Brasil, Alberto Correia Neto, foi um dos alvos de ladrões. Ele teve uma valise com dinheiro, documentos e objetos pessoais roubados.
A violência também atrapalhou os foliões e os trios elétricos. Daniela Mercury parou por alguns momentos seu show anteontem, quando um garoto de 15 anos foi agredido com socos e pontapés.
Em razão das brigas, o cantor Carlinhos Brown, 44, chamou a atenção do ministro da Cultura, Gilberto Gil, 63, na noite de sábado. Além de pancadaria, desde o início do Carnaval, ocorreram três homicídios na capital baiana.
Uma das vítimas foi a estudante Luciana Rodrigues Silva, 19. Sem motivo aparente, um homem começou a disparar em várias direções e um dos projéteis a atingiu. Um suspeito foi preso.
Para o delegado-chefe da Polícia Civil da Bahia, Edmilson Nunes de Almeida, o aumento da criminalidade está ligado à expansão do Carnaval de Salvador. Dados da Bahiatursa (órgão oficial de turismo do Estado) mostram que existem hoje 1,8 milhão de foliões -8% a mais do que em 2005.
Nunes disse que a "privatização" dos espaços públicos contribui para o aumento da violência. "Existe uma quantidade excessiva de camarotes e ambulantes, principalmente no circuito Barra/Ondina. Isso prejudica a segurança, pois é praticamente impossível controlar 200 mil pessoas pulando atrás de um trio elétrico, sem nenhum espaço para brincar." (AFRA BALAZINA E LUIZ FRANCISCO)


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