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Violência aumentou em Salvador, indica balanço
DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Balanço parcial divulgado ontem pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) da Bahia aponta
que a violência aumentou no Carnaval de Salvador neste ano, em
comparação com 2005.
De nove tipos de ocorrências,
seis tiveram crescimento: roubo,
furto, lesões corporais, tráfico de
drogas, apreensão de arma branca e presos em flagrante. As estatísticas se referem às ocorrências
registradas no circuito carnavalesco até a manhã de domingo.
Com aumento de 357,1%, a
apreensão de arma branca teve o
maior crescimento. Em números
absolutos, porém, os furtos são
mais expressivos: foram 756 casos
(um aumento de 40%). Lesões
corporais e roubos cresceram,
respectivamente, 40,8% e 37,7%
(em números absolutos, foram
214 e 73 ocorrências).
Convidado do grupo Olodum, o
embaixador de Angola no Brasil,
Alberto Correia Neto, foi um dos
alvos de ladrões. Ele teve uma valise com dinheiro, documentos e
objetos pessoais roubados.
A violência também atrapalhou
os foliões e os trios elétricos. Daniela Mercury parou por alguns
momentos seu show anteontem,
quando um garoto de 15 anos foi
agredido com socos e pontapés.
Em razão das brigas, o cantor
Carlinhos Brown, 44, chamou a
atenção do ministro da Cultura,
Gilberto Gil, 63, na noite de sábado. Além de pancadaria, desde o
início do Carnaval, ocorreram
três homicídios na capital baiana.
Uma das vítimas foi a estudante
Luciana Rodrigues Silva, 19. Sem
motivo aparente, um homem começou a disparar em várias direções e um dos projéteis a atingiu.
Um suspeito foi preso.
Para o delegado-chefe da Polícia
Civil da Bahia, Edmilson Nunes
de Almeida, o aumento da criminalidade está ligado à expansão
do Carnaval de Salvador. Dados
da Bahiatursa (órgão oficial de turismo do Estado) mostram que
existem hoje 1,8 milhão de foliões
-8% a mais do que em 2005.
Nunes disse que a "privatização" dos espaços públicos contribui para o aumento da violência.
"Existe uma quantidade excessiva
de camarotes e ambulantes, principalmente no circuito Barra/Ondina. Isso prejudica a segurança,
pois é praticamente impossível
controlar 200 mil pessoas pulando atrás de um trio elétrico, sem
nenhum espaço para brincar."
(AFRA BALAZINA E LUIZ FRANCISCO)
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