São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

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CORES E LANÇAS

Grupos são formados por cortadores de cana

Pernambuco tem arrastão de maracatu

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NAZARÉ DA MATA

Na terra do frevo, um espetáculo carnavalesco que não incentiva o folião a dançar foi a principal atração de ontem em Pernambuco. A segunda-feira foi dos maracatus rurais, agremiações formadas por cortadores de cana-de-açúcar da Zona da Mata de Pernambuco.
Os grupos, conhecidos pela performance dos caboclos-de-lança, com suas grandes perucas coloridas e mantos cintilantes, fizeram um encontro em Nazaré da Mata e desfilaram no espaço Ilumiara Zumbi, em Olinda, onde haveria 99 agremiações. Dos 100 grupos do Estado, 60 passaram por Nazaré da Mata, onde desfilaram em conjunto para convocar os foliões a assistir às apresentações individuais, ocorridas na praça central.
Cerca de 2.000 integrantes de 12 maracatus rurais participaram do arrastão de 2 km até a apoteose, onde fizeram evoluções e recitaram versos que lembravam as poesias de cordel.
Sob o ritmo frenético e monótono de poucos instrumentos de percussão e de sopro, os caboclos-de-lança, com sinos presos às vestes, corriam ao redor da corte, balançando no ar suas lanças de madeira enfeitadas com faixas de panos coloridos.
Por influência religiosa, os guerreiros mantêm abstinência sexual por 15 dias antes da apresentação. Como símbolo da pureza, carregaram um cravo nos dentes. Muitos pintam os rostos com urucum e colocam galhos de arruda atrás das orelhas.


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