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CORES E LANÇAS
Grupos são formados por cortadores de cana
Pernambuco tem
arrastão de maracatu
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NAZARÉ DA MATA
Na terra do frevo, um espetáculo carnavalesco que não incentiva o folião a dançar foi a
principal atração de ontem em
Pernambuco. A segunda-feira
foi dos maracatus rurais, agremiações formadas por cortadores de cana-de-açúcar da Zona
da Mata de Pernambuco.
Os grupos, conhecidos pela
performance dos caboclos-de-lança, com suas grandes perucas
coloridas e mantos cintilantes,
fizeram um encontro em Nazaré
da Mata e desfilaram no espaço
Ilumiara Zumbi, em Olinda, onde haveria 99 agremiações. Dos
100 grupos do Estado, 60 passaram por Nazaré da Mata, onde
desfilaram em conjunto para
convocar os foliões a assistir às
apresentações individuais, ocorridas na praça central.
Cerca de 2.000 integrantes de
12 maracatus rurais participaram do arrastão de 2 km até a
apoteose, onde fizeram evoluções e recitaram versos que lembravam as poesias de cordel.
Sob o ritmo frenético e monótono de poucos instrumentos de
percussão e de sopro, os caboclos-de-lança, com sinos presos
às vestes, corriam ao redor da
corte, balançando no ar suas
lanças de madeira enfeitadas
com faixas de panos coloridos.
Por influência religiosa, os
guerreiros mantêm abstinência
sexual por 15 dias antes da apresentação. Como símbolo da pureza, carregaram um cravo nos
dentes. Muitos pintam os rostos
com urucum e colocam galhos
de arruda atrás das orelhas.
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