São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

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VIOLÊNCIA

Vítima não tinha registro oficial no consulado

Polícia de Portugal investiga morte de um travesti que seria brasileiro

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Judiciária do Porto, no norte de Portugal, e o Consulado Geral do Brasil no país investigam a morte do travesti Gisberto Sauce Neto, 45, assassinado a socos e pedradas. O travesti foi identificado pela imprensa portuguesa como brasileiro. O consulado não confirmou a nacionalidade da vítima.
A ministra Marília Sardenberg Zelner Gonçalves, responsável pelo Consulado do Brasil no Porto, enviou um fax às autoridades portuguesas na sexta-feira solicitando a confirmação da identidade e da nacionalidade da vítima, mas ainda não obteve resposta.
A Folha apurou com a plantonista do consulado brasileiro em Portugal que Sauce Neto não tinha registro no consulado. É possível que o travesti estivesse irregularmente no país. Além disso, somente após a confirmação oficial da identidade da vítima é que o consulado entrará em contato com o Itamaraty, em Brasília, para que a família seja localizada e para que sejam tomadas as providências para o traslado do corpo.
Segundo a imprensa portuguesa, Sauce Neto foi reconhecido como brasileiro porque era bastante conhecido na cidade. Ele teria se mudado para Portugal na década de 90 para juntar dinheiro e fazer uma cirurgia de mudança de sexo. Como não conseguiu alcançar seu objetivo, ele foi morar em uma construção inacabada, se envolveu em drogas e lutava contra tuberculose e Aids.
O corpo de Sauce Neto foi achado na quarta-feira passada em um fosso com cerca de 15 metros de profundidade, no piso subterrâneo de um estacionamento.

Grupo de jovens
Ele teria sido espancado por um grupo de 12 jovens entre 13 e 16 anos que estão internados na Oficina de São José, uma instituição da Igreja Católica para abrigo e educação de menores. Uma das hipóteses é que o crime teria sido motivado por preconceito.
Ainda na sexta-feira, o Tribunal de Instrução Criminal do Porto determinou a prisão preventiva de um adolescente de 16 anos, suspeito de ter participação no crime. Os demais foram internados em centros educativos.


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