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VIOLÊNCIA
Vítima não tinha registro oficial no consulado
Polícia de Portugal investiga morte de um travesti que seria brasileiro
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Judiciária do Porto, no
norte de Portugal, e o Consulado
Geral do Brasil no país investigam
a morte do travesti Gisberto Sauce
Neto, 45, assassinado a socos e pedradas. O travesti foi identificado
pela imprensa portuguesa como
brasileiro. O consulado não confirmou a nacionalidade da vítima.
A ministra Marília Sardenberg
Zelner Gonçalves, responsável
pelo Consulado do Brasil no Porto, enviou um fax às autoridades
portuguesas na sexta-feira solicitando a confirmação da identidade e da nacionalidade da vítima,
mas ainda não obteve resposta.
A Folha apurou com a plantonista do consulado brasileiro em
Portugal que Sauce Neto não tinha registro no consulado. É possível que o travesti estivesse irregularmente no país. Além disso,
somente após a confirmação oficial da identidade da vítima é que
o consulado entrará em contato
com o Itamaraty, em Brasília, para que a família seja localizada e
para que sejam tomadas as providências para o traslado do corpo.
Segundo a imprensa portuguesa, Sauce Neto foi reconhecido como brasileiro porque era bastante
conhecido na cidade. Ele teria se
mudado para Portugal na década
de 90 para juntar dinheiro e fazer
uma cirurgia de mudança de sexo. Como não conseguiu alcançar
seu objetivo, ele foi morar em
uma construção inacabada, se envolveu em drogas e lutava contra
tuberculose e Aids.
O corpo de Sauce Neto foi achado na quarta-feira passada em um
fosso com cerca de 15 metros de
profundidade, no piso subterrâneo de um estacionamento.
Grupo de jovens
Ele teria sido espancado por um
grupo de 12 jovens entre 13 e 16
anos que estão internados na Oficina de São José, uma instituição
da Igreja Católica para abrigo e
educação de menores. Uma das
hipóteses é que o crime teria sido
motivado por preconceito.
Ainda na sexta-feira, o Tribunal
de Instrução Criminal do Porto
determinou a prisão preventiva
de um adolescente de 16 anos,
suspeito de ter participação no
crime. Os demais foram internados em centros educativos.
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