São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

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Índice de assassinatos caiu 5% em 2004

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil registrou um crescimento de 48,4% em sua taxa de homicídios em uma década (1994-2004), período no qual o aumento da população foi apenas de 16,5%.
Apesar disso, houve uma queda de 5,2% na taxa em 2004, quando o número de assassinatos registrados no país caiu de 51.043 para 48.374. Foi a primeira queda, desde 1994, na comparação com o resultado do ano anterior.
Mas esse número -48.374- é também menor do que o total de homicídios registrados em 2002, 47.899.
De acordo com o estudo da OEI (Organização dos Estados Ibero-Americano), essa queda é "diretamente imputável às políticas de desarmamento" durante a campanha de 2004. Antes disso, ainda segundo o levantamento, o crescimento anual de homicídios tinha uma média anual de 5%.
Ainda assim, o Brasil fechou 2004 com uma taxa de 27 homicídios por 100 mil habitantes, o que deixou o país em quarto lugar entre 84 países avaliados.
A distribuição porém é desigual, já que há uma forte concentração em 10% dos municípios. Em outros 30% dos municípios brasileiros, esse índice está abaixo de três homicídios por 100 mil habitantes.
O Estatuto do Desarmamento foi promulgado em dezembro de 2003 e a Campanha Nacional pelo Desarmamento começou em julho de 2004. O referendo de outubro de 2005 não proibiu a comercialização de armas, mas foi considerado um marco no aprofundamento do tema pela sociedade.

550 mil mortos
Os homicídios por arma de fogo totalizaram 34.187 em 2004, de acordo com os registros de óbitos no país.
Segundo o mesmo pesquisador do Mapa da Violência, Julio Jacobo Waiselfisz, mais de 550 mil pessoas morreram vítimas de armas de fogo entre 1979 e 2003 no país.
Mais da metade dos assassinatos por arma de fogo em 2004 aconteceram na região Sudeste.
Os 10% dos municípios com a maior taxa de homicídios por arma de fogo concentram 77,2% das mortes do país, segundo dados de 2004, tendência que segue o panorama dos homicídios em geral, inclusive da distribuição geográfica pelo país, com grande foco no Pará, Centro-Oeste e Pernambuco.
Em Pernambuco e no Rio de Janeiro, as taxas de assassinato com arma de fogo são de 40,6 e 41,3 para cada 100 mil habitantes, mais do dobro da taxa nacional de 2004, 19,1.


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