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Congresso adia discussão sobre segurança
Comissão de Constituição e Justiça do Senado deve postergar votação da proposta de emenda que reduz a maioridade penal
Na Câmara, falta de acordo entre os líderes partidários empurrou para a semana que vem a possibilidade de votação de nove projetos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Passada a comoção imediata
com a morte do menino João
Hélio e a aprovação ainda inicial e a toque de caixa de alguns
projetos parados, o Congresso
Nacional retomou a rotina de
postergação de discussões sobre segurança pública.
No Senado, uma comissão
deverá ser formada para estudar um pacote de sugestões para análise daqui a dois meses.
Na Câmara, a falta de acordo levou a discussão sobre o tema
para a semana que vem.
Diante do impasse em torno
do assunto, a Comissão de
Constituição e Justiça do Senado deve adiar a votação da proposta de emenda constitucional que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, prevista
para hoje. A tendência é aprovar a formação de uma subcomissão que apresentaria, em 60
dias, um pacote de sugestões na
área de segurança pública.
O acordo foi feito em uma
reunião de líderes partidários
com o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL),
no final da tarde de ontem. A
proposta foi da senadora Patrícia Saboya (PSB-CE) e obteve o
apoio dos presentes.
O principal defensor da votação hoje era o presidente da
CCJ, senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), e o maior
opositor é o Palácio do Planalto. "Tenho que me submeter à
maioria", afirmou ACM.
"A ponderação é que o problema da violência não pode ser
reduzida a essa agenda. Isso é
um erro", disse Mercadante.
Há três propostas na pauta da
CCJ. O relator da matéria, que é
o senador Demóstenes Torres
(PFL-GO), propôs a redução da
maioridade de 18 para 16 anos.
Já o presidente do PSDB
apresentou uma emenda deixando em aberto o limite de
idade para a imputabilidade penal, que seria analisado caso a
caso. Já Mercadante apresentará um relatório alternativo
mantendo em 18 anos a idade a
partir da qual um jovem passa a
responder criminalmente.
Na Câmara, a falta de acordo
entre os líderes partidários empurrou para a semana que vem
a possibilidade de votação de
nove projetos, entre eles o que
dificulta a prescrição dos crimes e o que endurece o regime
de isolamento de presos.
O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP) se reuniu
com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e ficou de encaminhar um arrazoado dos projetos na Câmara para que Lula
discuta com governadores.
O projeto que dificulta a
prescrição dos crimes (extinção da possibilidade de punição
por decurso de prazo) não foi
votado por falta de acordo entre os líderes partidários.
Notas
Ontem, duas entidades divulgaram notas oficiais contrárias à redução da maioridade
penal -Conselho Nacional de
Juventude e Comissão Brasileira Justiça e Paz, organismo
da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
"Pretender aumentar o período de internação do adolescente infrator nos estabelecimentos socioeducativos ou aumentar as penas dos imputáveis, em nada contribui para
enfrentar a criminalidade neste contexto", afirma nota da
CBPJ.
(FERNANDA KRAKOVICS E RANIER BRAGON)
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