São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

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"Homem-Aranha" escala o edifício Itália

Alpinista francês conseguiu driblar a segurança do prédio; ele já havia tentado a escalada no domingo

DA REPORTAGEM LOCAL

O alpinista francês Alain Robert, 45, conhecido como "Homem-Aranha", conseguiu driblar a segurança e escalou o edifício Itália, na República (centro de SP), ontem à tarde. Ele desceu e subiu pelo lado de fora, sem aparelhos de proteção.
Robert já subiu em 71 edifícios, entre os quais os cinco mais altos do mundo - como as torres Petronas (Kuala Lumpur). Ele já havia sido detido no domingo tentando escalar o Itália, com 151 m de altura. Ontem, foi parar na delegacia e teve o passaporte apreendido.
O alpinista chegou ao restaurante no 41º andar, pelo elevador, por volta das 15h, com jornalistas de uma agência de notícias internacional. Robert disse aos funcionários do prédio que seria entrevistado.
Contudo, ao chegar ao restaurante, o alpinista iniciou a descida. "Eu escalei 1 m e percebi que não precisava parar para calçar meus sapatos de escalada, por isso escalei com minhas botas de caubói", afirmou. Ele considerou a escalada fácil.
Na calçada da avenida São Luiz, as pessoas gritavam toda vez que Robert acenava.
Ao chegar a um terraço próximo à base do prédio -onde era esperado por seguranças- decidiu subir novamente até o restaurante. Lá, foi detido por policiais militares. "Ele não é um criminoso perigoso. Não ofereceu resistência, pelo contrário, é muito simpático. O difícil foi conter o povo que queria fechar a avenida São Luiz e abraçá-lo", disse o tenente-coronel Paulo Telhada, comandante do 7º Batalhão da PM.
A multidão que assistia ao evento protestou com gritos de "solta!" quando o alpinista foi colocado em um carro da PM.
Robert foi levado para o 3º Distrito Policial, onde assinou um termo circunstanciado se comprometendo a ir ao Tribunal Especial Criminal para ser liberado. Os policiais entenderam que ele havia cometido o crime de periclitação de vida -posto em risco a própria vida e as de outras pessoas. Ele ficou indignado ao saber da apreensão do passaporte -disse que isso nunca ocorreu. Ele tentará recorrer ao consulado francês e à Polícia Federal para reaver o documento. Se conseguisse, Robert deixaria o Brasil hoje.


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