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Justiça manda Estado retirar 75 presas de cadeia superlotada no interior de SP
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
A Justiça de São Paulo determinou a interdição da Cadeia
Pública Feminina de Monte
Mor (120 km de São Paulo) por
falta de condições para abrigar
presas. Em janeiro, a Folha revelou que 119 mulheres -entre
elas quatro grávidas- dividiam
espaço na cadeia destinado a 12
pessoas. Até ontem, 75 mulheres continuavam no local.
As 119 detentas eram mantidas em duas celas de 25 metros
quadrados, abertas para um
pátio a céu aberto, onde a
maioria dormia. Relato das detentas, feito por carta, apontava a infestação da unidade por
piolhos, baratas e ratos, além
de ocorrência de sarna (doença
de pele contagiosa).
Após a publicação da reportagem, a regional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)
de Campinas visitou a cadeia e
pediu a sua interdição. A Defensoria Pública de São Paulo
também pediu o fechamento
da carceragem após visita.
Regras da ONU (Organização das Nações Unidas) para o
tratamento de presos determinam a disposição de ao menos
seis metros quadrados para cada preso. Em Monte Mor, cada
detenta contava com 84 centímetros quadrados. A cadeia,
cercada por casas, é anexa à delegacia local e vizinha do prédio da prefeitura. Monte Mor
tem cerca de 46 mil habitantes.
"Perícia do Corpo de Bombeiros constatou a situação
precária da cadeia, com fios expostos e grande risco de incêndio, além da falta de condições
de higiene", disse o defensor
público Elpidio Ferraz Neto. O
laudo também identificou rachaduras nas paredes.
A decisão da juíza Patrícia
Mariotti, da semana passada,
foi encaminhada à Corregedoria da Secretaria de Estado da
Segurança Pública para que seja providenciada a transferência das detentas. A pasta informou apenas que não havia sido
notificada da decisão judicial
até o fim da tarde de ontem.
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