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Excesso de presos e segurança precária fazem Justiça interditar cadeia de MG
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Na esteira dos problemas de
superlotação e precariedade de
carceragens em Minas Gerais, a
Justiça do Estado interditou a
cadeia de Manhumirim (311 km
a leste de Belo Horizonte).
A unidade, segundo o Ministério Público Estadual, que pediu a interdição, está superlotada, tem péssimas condições de
segurança, fiação elétrica exposta e uma cela para adolescentes infratores, em desacordo com o Estatuto da Criança e
do Adolescente, que prevê a internação desses jovens em instituições socioeducativas.
Pela decisão judicial, de primeira instância, o governo deve
transferir os 73 presos da cadeia em até 30 dias. A interdição é por tempo indeterminado, até que o Corpo de Bombeiros libere o uso da unidade,
com aprovação das redes elétrica, hidráulica e sanitária.
De acordo com o Ministério
Público Estadual, após a adequação das instalações, o governo terá de limitar em 30 o
número de presos na unidade.
A Secretaria da Defesa Social
do Estado, por meio de sua assessoria, informou que aguardará a notificação do Poder Judiciário para se manifestar sobre a decisão. De acordo com a
pasta, a cadeia de Manhumirim
está entre as cerca de 50 carceragens que serão reformadas
neste ano pelo governo.
Segundo a secretaria e a juíza
da Infância e Juventude de Belo Horizonte, Valéria Rodrigues, a lei brasileira prevê que
adolescentes sejam colocados
em cadeia com adultos, desde
que em cela separada, caso não
exista na cidade um local específico para a internação de jovens infratores -o prazo para
permanência nessas condições
não pode ser superior a 45 dias.
Entre agosto do ano passado
e janeiro deste ano, 33 presos
morreram queimados em dois
incêndios em cadeias públicas
que estavam em situação precária em Minas Gerais.
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