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Região da Água Branca tem dois planos contra enchentes
DA REPORTAGEM LOCAL
O caso da Água Branca é um
exemplo de falta de clareza e de
lentidão na gestão de que fala o
diretor do Secovi Eduardo Della Mana. A prefeitura não tem
um plano de obras contra enchentes para a região, mas dois
-o mais antigo é de 2002. Agora, contratou uma empresa para conciliar os dois projetos.
"Com R$ 48 milhões, dá para
melhorar muito o problema de
enchente na região", diz o engenheiro Aluísio Canholi, autor
de planos. Com essa verba, segundo ele, daria até para construir um piscinão.
Originalmente, a operação
Água Branca tinha como foco a
construção de prédios comerciais, como os que foram levantados na área que era ocupada
pela antiga fábrica da Matarazzo. O mercado imobiliário, porém, percebeu que a área era
mais propícia para moradia.
"O mercado sabe disso há sete, oito anos e só agora a prefeitura está pensando em mudar o
caráter da operação", afirma
Della Mana.
Nadia Somehk diz que a descontinuidade das obras é a pior
praga das operações urbanas.
Segundo ela, cidades como Paris e Londres já descobriram
que o antídoto contra essa tendência é a criação de consórcios
do poder público com a iniciativa privada para tocar as obras.
"Se tivesse uma empresa específica para gerir cada operação,
o dinheiro não ficaria parado."
Para Sueli Schiffer, a ideia de
que o recurso obtido pela operação tem de ser aplicado na região que a gerou é um pouco obtusa. Um exemplo da ineficácia
de obras pontuais é o túnel que
a então prefeita Marta Suplicy
abriu na região da Faria Lima.
"Para essas coisas funcionarem
a cidade precisa ter um plano
de desenvolvimento. Sem essa
articulação da obra pontual
com o cenário geral, o risco de
fracasso é enorme", diz ela.
Mais verba
A operação urbana que tem o
maior volume de obras na cidade é a da Faria Lima. Lá, a prefeitura reurbaniza o largo da
Batata para acomodar uma estação do metrô.
No Itaim, está prevista a
construção do boulevar Juscelino Kubistcheck.
Orçada em R$ 99 milhões, as
obras do largo da Batata devem
ficar prontas no final do ano.
Os dados financeiros da operação espelham as obras em
curso. Dos R$ 873,2 milhões arrecadados, R$ 700,8 milhões já
foram aplicados. Na Operação
Urbana Água Branca, ocorre o
oposto. Foram arrecadados R$
57,3 milhões e só foram gastos
R$ 9 milhões.
(MCC)
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