São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2009

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Região da Água Branca tem dois planos contra enchentes

DA REPORTAGEM LOCAL

O caso da Água Branca é um exemplo de falta de clareza e de lentidão na gestão de que fala o diretor do Secovi Eduardo Della Mana. A prefeitura não tem um plano de obras contra enchentes para a região, mas dois -o mais antigo é de 2002. Agora, contratou uma empresa para conciliar os dois projetos.
"Com R$ 48 milhões, dá para melhorar muito o problema de enchente na região", diz o engenheiro Aluísio Canholi, autor de planos. Com essa verba, segundo ele, daria até para construir um piscinão.
Originalmente, a operação Água Branca tinha como foco a construção de prédios comerciais, como os que foram levantados na área que era ocupada pela antiga fábrica da Matarazzo. O mercado imobiliário, porém, percebeu que a área era mais propícia para moradia.
"O mercado sabe disso há sete, oito anos e só agora a prefeitura está pensando em mudar o caráter da operação", afirma Della Mana.
Nadia Somehk diz que a descontinuidade das obras é a pior praga das operações urbanas. Segundo ela, cidades como Paris e Londres já descobriram que o antídoto contra essa tendência é a criação de consórcios do poder público com a iniciativa privada para tocar as obras. "Se tivesse uma empresa específica para gerir cada operação, o dinheiro não ficaria parado."
Para Sueli Schiffer, a ideia de que o recurso obtido pela operação tem de ser aplicado na região que a gerou é um pouco obtusa. Um exemplo da ineficácia de obras pontuais é o túnel que a então prefeita Marta Suplicy abriu na região da Faria Lima. "Para essas coisas funcionarem a cidade precisa ter um plano de desenvolvimento. Sem essa articulação da obra pontual com o cenário geral, o risco de fracasso é enorme", diz ela.

Mais verba
A operação urbana que tem o maior volume de obras na cidade é a da Faria Lima. Lá, a prefeitura reurbaniza o largo da Batata para acomodar uma estação do metrô.
No Itaim, está prevista a construção do boulevar Juscelino Kubistcheck.
Orçada em R$ 99 milhões, as obras do largo da Batata devem ficar prontas no final do ano.
Os dados financeiros da operação espelham as obras em curso. Dos R$ 873,2 milhões arrecadados, R$ 700,8 milhões já foram aplicados. Na Operação Urbana Água Branca, ocorre o oposto. Foram arrecadados R$ 57,3 milhões e só foram gastos R$ 9 milhões. (MCC)


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