São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2009

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Medo de alagamento faz clientes evitarem shopping Bourbon em dia de chuva

Eduardo Anizelli - 7.fev.09/Folha Imagem
Carro parado em alagamebnto no cruzamento em frente ao shopping Bourbon no último dia 7

DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Consultar a meteorologia se tornou cuidado comum entre frequentadores do shopping Bourbon, que têm sofrido com as enchentes no entorno do prédio, inaugurado há quase um ano na região da Pompeia (zona oeste de São Paulo).
"Quando chove, muitos decidem não vir. A água [na rua] sobe rápido, o que cria certo pânico entre clientes, que têm medo de ficar ilhados [como já aconteceu]", diz Anne Schmitt, proprietária do salão Anne Beauty.
O shopping fica em ponto de alagamento típico na cidade, entre as avenidas Pompeia e Francisco Matarazzo e a rua Turiaçu.
Há três semanas, a água, que já impediu clientes de deixarem o prédio, chegou ao estacionamento, um metro acima da rua. A professora Isilda Marques, 54, estava lá. "Vi dois filmes para passar o tempo, já que não me deixaram sair com o carro. Agora, ao menor sinal de chuva, procuro outro shopping." João Guilherme de Souza, 15, também tem restrições. "Se vai chover, meus amigos procuram outro lugar."
O shopping diz que não estuda medidas antienchente. "Cobramos as autoridades. Já pagamos mais de R$ 10 milhões para a Operação Urbana Água Branca e fizemos dois piscinões", diz o diretor Claudio Luiz Zaffari.
A Subprefeitura da Lapa diz que o Bourbon se equivoca no termo "piscinão", já que seus reservatórios captam a chuva sobre seu terreno -e não a água da rua.
Em seu texto de lançamento, o empreendimento lista os reservatórios (com capacidade de quase 2 milhões de litros) entre "benefícios ao bairro", para "contribuir com a diminuição de alagamentos". Zaffari, que diz que a água represada é "ínfima perto do total do volume das enchentes", defende o texto: "Beneficiamos o bairro ao não contribuirmos com mais água para a rua".


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