São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2009

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Prefeitura omite dados sobre manutenção e vistoria em lago do parque da Aclimação

DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco dias após o lago do parque da Aclimação secar por causa do rompimento da estrutura que regulava o nível de suas águas, a gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) ainda não divulgou dados sobre a última vistoria realizada no local nem informou a periodicidade das inspeções feitas para evitar o que ocorreu na segunda-feira.
Na quarta-feira, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente limitou-se a dizer que a estrutura que se rompeu -a base do vertedouro do lago- havia sido vistoriada por técnicos "em 2007". A prefeitura não soube dizer, porém, em qual data ela foi feita nem o nome do funcionário que a fez.
Um relatório sobre parques municipais divulgado pela prefeitura em 2006 pediu, entre outras providências, a criação de "mecanismos de manutenção de volume de água" do lago.
Na terça-feira, um dia após o lago secar, a gestão Kassab afirmou que o vertedouro nunca havia passado por manutenção porque não houve necessidade.
A Folha voltou a questionar ontem a prefeitura sobre providências tomadas após o alerta do relatório de 2006, mas não obteve respostas nem da pasta do Verde e do Meio Ambiente nem da de Infraestrutura.
O reparo de emergência no vertedouro foi concluído ontem, permitindo que o lago já começasse a se encher lentamente com as minas d'água. Moradores da região marcaram para hoje, às 11h, uma manifestação em defesa do lago.
Até ontem, a estação de tratamento da Sabesp que despeja no lago a água tratada do córrego Pedra Azul estava fechada. Funcionários da prefeitura estimam que, se for abastecido só pela mina, o lago levará uma semana para ficar cheio.
A limpeza do lodo do fundo -contaminado pelo esgoto que por décadas foi depositado no local- será feita com o lago cheio. De acordo com o superintendente da Secretaria de Infraestrutura, Edward Boretto, será utilizado um equipamento capaz de dragar o material e ao mesmo tempo secá-lo.
Ainda assim, ele diz que será preciso que o lodo passe um tempo secando em uma parte do parque, ainda não definida, antes de ser encaminhado a um local de descarte, para evitar que escorra no transporte.
A retirada do lodo faz parte de uma obra de R$ 20 milhões que inclui um novo vertedouro e o aumento da profundidade do lago. Deve levar mais seis meses.
(MARIANA BARROS, CONRADO CORSALETTE e RICARDO SANGIOVANNI)




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