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Prefeitura omite dados sobre manutenção e vistoria em lago do parque da Aclimação
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco dias após o lago do parque da Aclimação secar por
causa do rompimento da estrutura que regulava o nível de
suas águas, a gestão do prefeito
Gilberto Kassab (DEM) ainda
não divulgou dados sobre a última vistoria realizada no local
nem informou a periodicidade
das inspeções feitas para evitar
o que ocorreu na segunda-feira.
Na quarta-feira, a Secretaria
Municipal do Verde e do Meio
Ambiente limitou-se a dizer
que a estrutura que se rompeu
-a base do vertedouro do lago- havia sido vistoriada por
técnicos "em 2007". A prefeitura não soube dizer, porém, em
qual data ela foi feita nem o nome do funcionário que a fez.
Um relatório sobre parques
municipais divulgado pela prefeitura em 2006 pediu, entre
outras providências, a criação
de "mecanismos de manutenção de volume de água" do lago.
Na terça-feira, um dia após o
lago secar, a gestão Kassab afirmou que o vertedouro nunca
havia passado por manutenção
porque não houve necessidade.
A Folha voltou a questionar
ontem a prefeitura sobre providências tomadas após o alerta
do relatório de 2006, mas não
obteve respostas nem da pasta
do Verde e do Meio Ambiente
nem da de Infraestrutura.
O reparo de emergência no
vertedouro foi concluído ontem, permitindo que o lago já
começasse a se encher lentamente com as minas d'água.
Moradores da região marcaram para hoje, às 11h, uma manifestação em defesa do lago.
Até ontem, a estação de tratamento da Sabesp que despeja
no lago a água tratada do córrego Pedra Azul estava fechada.
Funcionários da prefeitura estimam que, se for abastecido só
pela mina, o lago levará uma
semana para ficar cheio.
A limpeza do lodo do fundo
-contaminado pelo esgoto que
por décadas foi depositado no
local- será feita com o lago
cheio. De acordo com o superintendente da Secretaria de
Infraestrutura, Edward Boretto, será utilizado um equipamento capaz de dragar o material e ao mesmo tempo secá-lo.
Ainda assim, ele diz que será
preciso que o lodo passe um
tempo secando em uma parte
do parque, ainda não definida,
antes de ser encaminhado a um
local de descarte, para evitar
que escorra no transporte.
A retirada do lodo faz parte
de uma obra de R$ 20 milhões
que inclui um novo vertedouro
e o aumento da profundidade
do lago. Deve levar mais seis
meses.
(MARIANA BARROS, CONRADO CORSALETTE e RICARDO SANGIOVANNI)
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