DE SÃO PAULO

Um helicóptero da Polícia Militar resgatou uma mulher em trabalho de parto na marginal Pinheiros. Ela havia ficado ilhada dentro do carro, no acesso à rodovia Castello Branco, por conta do transbordamento do rio Pinheiros.
A gestante foi levada ao Hospital São Camilo, na Pompeia (zona oeste). O bebeu nasceu seis horas e meia depois -por volta das 22h50.
Criança e mãe passavam bem depois da cesárea.
O resgate teve a ajuda de motoristas parados no congestionamento, que saíram dos carros para socorrê-la.
Na Vila Leopoldina, a Folha presenciou uma família ilhada havia três horas e meia pelo alagamento na av. Mofarrej, após atravessar a via com a água na altura do capô e da janela do carro.
O auxiliar administrativo Leandro Donato, 30, tinha saído do Jardim Ângela (zona sul) com a família. Iriam a uma festa infantil e, em seguida, levariam a irmã dele para a rodoviária do Tietê.
Desesperada, a filha de sete anos chorava. Passou mal e vomitou. "Imagine sua filha gritando: "pai, não quero morrer'", contou Donato.
"Quando saímos, não havia um pingo de chuva. Começou a pancada quando estávamos na marginal Pinheiros. Ao tentar escapar, acabamos aqui", disse ele, após usar um copo de plástico para tirar a água do carro.
Na av. Francisco Matarazzo, diante do shopping Bourbon, na região da Pompeia, alagamentos são comuns, mas desta vez foram piores.
Além de atingir a janela de um micro-ônibus, a água invadiu uma concessionária da Toyota, atingindo três carros novos -cada um avaliado em R$ 100 mil- e destruindo os vidros da loja, apesar do sistema de comportas do estabelecimento.
Nas imediações da Vila Madalena, Maria José Prado, 45, dizia que, pela primeira vez em quase uma década, houve transbordamento do córrego das Corujas. "Meu quarto ficou cheio de água. Meu filho tinha acabado de comprar móveis novos."


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