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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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BARBARA GANCIA

Barbara e a rainha

Não sei você, estimado leitor, mas, quanto a mim, depois de quarta-feira, já posso dizer que conversei na vida com duas rainhas de carne e osso.
A primeira foi Elizabeth 2ª, que visitou a escola onde eu estudava em sua passagem por aqui nos anos 70. Os alunos tinham sido orientados a não puxar papo com Sua Majestade, mas, quando ela passou por mim, não resisti e urrei: "Boa viagem!". Ela fez o aceno de mão de sempre e disse: "Obrigada". O nobre leitor pode discordar, mas, no meu livro, se uma pessoa fala e a outra responde, isso configura uma conversa. Breve, concordo, mas não deixa de ser uma conversa.
A segunda rainha com quem tive o prazer de prosear, desta vez por 15 minutos, foi Beatrix da Holanda, que fez sua primeira visita oficial ao país. Fui ao concerto seguido de coquetel, que o Consulado dos Países Baixos ofereceu no Hotel Renaissance, bem preparada. Há uma semana venho ensaiando com mestre Silvio Luiz, ao vivo, no programa de TV que apresentamos juntos, como saudar um monarca. Silvio não é exatamente a rainha dos sonhos, mas quebrou o galho. Quando o sujeito do cerimonial me abordou para saber se eu queria conhecer Sua Majestade, meus joelhos estavam tinindo. Fui conduzida até ela e apresentada como colunista do jornal mais importante do país. Perpetrei a genuflexão ainda enxergando Silvio Luiz na minha frente, mas, depois que Beatrix (vestindo Valentino) me fez uma ou outra pergunta sobre o jornal e sobre o tipo de coisa que escrevo, fui me sentindo em casa. Elogiei as flores da festa, e a rainha me contou que trouxe consigo uma turma especializada em arranjos. Um garçom com uma bandeja se aproximou e ela, anfitriã perfeita, perguntou se eu queria algo. Respondi que estava de dieta e Beatrix, com uma expressão de "nem me fale" no rosto, comentou que, naquele dia, não tinha almoçado nem jantado. A rainha veio ao Brasil em um vôo comercial, mas trouxe seu avião particular para andar pelo país. Antes de sua chegada, uma comitiva vinda da Holanda inspecionou vários hotéis e suas rotas de entrada e saída para escolher onde ela iria ficar.
Poucos sabem, mas o príncipe Willem, filho de Beatrix, conhece bem São Paulo. Antes de se casar com sua atual mulher, a argentina Maxima, era em Sampa que eles se encontravam para namorar longe dos fotógrafos. O príncipe tomava o vôo regular da KLM e desembarcava em Guarulhos como um plebeu qualquer.


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