|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LIXO
Prefeitura prevê que os recursos que serão arrecadados com a nova taxa não cobrirão os gastos com a gestão do sistema
Subsídio custará até R$ 150 mi neste ano
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo calcula que serão necessários entre R$
100 milhões e R$ 150 milhões neste ano para subsidiar o sistema de
coleta de lixo da cidade. Segundo
a administração municipal, os recursos arrecadados com a taxa do
lixo - a estimativa é de R$ 250
milhões neste ano- serão insuficientes para gerir o sistema, já que
800 mil pessoas estão isentas do
imposto, que varia de R$ 6,14 a R$
61,36 para imóveis residenciais.
Para os não-residenciais, varia de
R$ 18,41 a R$ 122,72.
O argumento para o subsídio é
o de que a prefeitura "pagará" o
imposto de quem está isento, caso
das favelas e imóveis com valor
venal abaixo de R$ 25 mil.
"Já sabíamos que os valores não
seriam suficientes. A prefeitura,
então, pagará por aqueles que estão dentro do projeto social", disse o secretário de Serviços e Obras
(SSO), Oswaldo Misso.
Todo dinheiro arrecadado com
a taxa do lixo irá para um fundo,
que financiará a coleta, o transporte e a destinação final dos resíduos. As empresas de limpeza urbana afirmam, no entanto, que o
valor é insuficiente para arcar
com os serviços, que custam no
mínimo R$ 300 milhões mensais.
A taxa de lixo foi criada para
bancar a concessão da limpeza
pública em São Paulo -o que
tem de ser feito por meio de tarifa.
A principal justificativa para a
concessão é que, dispondo de
mais tempo para prestar o serviço, as empresas poderão investir
na melhoria da coleta e na criação
de novos aterros sanitários.
Com a cobrança, o poder público municipal ficaria livre para
aplicar recursos orçamentários
em áreas como educação e projetos sociais, afirmaram os vereadores governistas quando a taxa do
lixo foi à votação na Câmara.
Até mesmo na visão dos empresários, a necessidade de subsidiar
o sistema de limpeza será ruim
para a gestão Marta Suplicy (PT).
"Isso significa abrir mão da proposta inicial e não deverá ser bem
aceito pela opinião pública", afirma Walter Capello Junior, secretário-geral da Abrelpe (associação
que reúne as maiores empresas de
limpeza pública do país).
Em 2002, a Prefeitura de São
Paulo gastou pouco mais de R$
276 milhões com coleta de lixo,
transporte, usinas de compostagem e aterros. A previsão para este ano -ainda sem a concessão e
sem construção de novos aterros- é de R$ 295 milhões.
O processo de concessão, cujo
edital deve sair neste semestre, já
tem a primeira audiência pública
marcada para 2 de abril.
(MARIANA VIVEIROS E PALOMA COTES)
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Panorâmica - Saúde: Cidade de São Paulo registra primeiro caso "local" de dengue hemorrágica Índice
|