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TRÂNSITO
Rotas alternativas às obras viárias fazem paulistano andar mais e perder mais tempo nos congestionamentos
Desvios atrapalham vida de motoristas
DO "AGORA"
Ter de passar por caminhos
mais longos, ficar mais tempo no
trânsito, desenvolver velocidade
menor e espera por causa da lentidão. O tráfego já complicado da
cidade de São Paulo piorou ainda
mais com a implantação de desvios e alternativas às obras viárias.
As reformas de vias, viadutos,
construções de faixas exclusivas
para ônibus à esquerda (Passa-Rápido) e túneis se multiplicaram
no ano em que a prefeita Marta
Suplicy (PT) tentará se reeleger.
A reportagem percorreu oito
pontos diferentes de seis grandes
obras viárias em andamento. Percorreu todas as 14 rotas de desvios
e alternativas propostas pela CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) e ouviu 35 motoristas,
além de moradores e comerciantes -para quem há transtornos
em todos os casos.
Vias que antes tinham tráfego
relativamente tranqüilo agora se
transformaram em verdadeiros
corredores de acesso a veículos,
como no caso da rua Escócia
(Itaim Bibi, zona oeste), na área
do desvio da obra do túnel da Cidade Jardim, rua Pascoal Pais
(Santo Amaro, zona sul), integrante do corredor Nove de Julho/Santo Amaro, e largo São José
do Belém (Belém, zona leste), integrante da alternativa ao viaduto
Bresser, no sentido Mooca/Brás.
"Clientes que não têm onde estacionar simplesmente procuram
outros lugares para comer", disse
Iraldo de Brito, de um restaurante
do Itaim Bibi. O pior é para os
motoristas que reclamam do tráfego, principalmente taxistas, que
afirmam perder clientes.
"O preço da corrida num mesmo trecho chega a triplicar devido
aos desvios", disse José Antônio
da Silva, do ponto de táxi localizado no largo São José do Belém.
O corretor de imóveis Marcos
Hsu, 33, precisa passar todos os
dias pela região da Rebouças e
afirma que está demorando o dobro do tempo para atravessar a
avenida até chegar à rua Diogo
Moreira. Fazia o trajeto em cinco
minutos -agora leva dez.
"Está bagunçado até em horários mais tranqüilos", disse Hsu.
Muitos evitam ao máximo transitar pelas regiões onde as obras
acontecem, mas, para alguns profissionais, como motoristas particulares, taxistas, caminhoneiros e
motoboys, a passagem pelo caos é
praticamente inevitável.
"Tento evitar, mas, em alguns
lugares, não tem jeito. O problema é que, com tanto carro, fica difícil. Para estacionar, mais ainda",
disse o motorista Marcos Antonio
Pazotto, 53. Ele precisa ir todo dia
da Vila Prudente (zona leste) até o
Brás (centro), onde trabalha -e
diz que está tendo bastante dificuldade, principalmente na rua
do Hipódromo (Brás).
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