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Inicialmente classificado como furacão, fenômeno se formou a cerca de 1.000 km da orla com velocidade de 100 km/h
Ciclone raro se aproxima da costa de SC
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Um ciclone extratropical que se
formou a cerca de mil quilômetros da costa sul do país se aproximava ontem do litoral de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul.
Havia previsão de ventos e chuvas
fortes na região, que estava em estado de alerta. O fenômeno, com
característica raras, chegou a ser
confundido com um furacão.
Até o final da tarde de ontem, o
principal órgão de meteorologia
catarinense tratava o fenômeno
como um furacão de nível 1, o
mais fraco deles, devido à informação repassada pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados
Unidos. O Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais), afirmava
que o fenômeno era na verdade
um ciclone.
"Houve uma confusão. O que
foi registrado era um ciclone extratropical com características raras. As imagens de satélite mostravam que o fenômeno tinha um
olho, elemento sempre presente
nos furacões, e uma movimentação atípica [do oceano para a costa]", afirmou o meteorologista
Marcelo Seluchi, chefe da divisão
de operações do Cptec.
No início da tarde, o Climerh
(Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa
Catarina) registrava mar "intensamente agitado", aumento da
nebulosidade e ressaca no litoral.
O órgão mantinha condição de
alerta para o Estado.
Defesa Civil, bombeiros e polícias estavam com equipes preparadas para atuar imediatamente
diante de possíveis transtornos.
"Não estão descartados ventos
muito fortes, de até 100 km/h,
chuva intensa e granizo, sobretudo para o sul catarinense e o norte
gaúcho", disse o meteorologista
Marcelo Martins, do Climerh.
Na avaliação do Cptec, contudo,
não havia motivos para alardes
até a tarde de ontem. O fenômeno, que é rotineiro, segundo o
centro de estudos climáticos, provocaria ventos de 60 km/h a 70
km/h e chuva moderada.
"O ciclone extratropical se forma em situação de baixa pressão
atmosférica e não precisa de
águas em temperaturas elevadas,
como o furacão", disse Seluchi.
De acordo com o Cptec, um furacão registra ventos que chegam
a 200 km/h ou 300 km/h. No ciclone, essa velocidade fica em torno
de 100 km/h. Outra diferença é a
temperatura do oceano. Para a
formação de furacões, a água precisa estar mais aquecida -algo
em torno de 28C. A chegada do
outono desfavorece o fenômeno,
pois a temperatura do oceano não
passa de 24C.
Colaborou Regionais
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