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PATRIMÔNIO
Construção no centro deverá ser aberta em meados de 2006 e será o maior da América Latina sobre cultura judaica
Sinagoga será transformada em museu
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
A sinagoga Beth-El, no centro
da cidade de São Paulo, será
transformada em museu -com
previsão de inauguração para o
meio do próximo ano.
Esse será o primeiro museu da
cultura judaica do Estado e também o maior da América Latina
sobre o assunto, afirma a historiadora Roberta Sundfeld, 44, vice-presidente da Associação Amigos
do Museu Judaico de São Paulo.
A entidade, fundada em 2000,
escolheu a sinagoga para abrigar
o projeto do novo museu como
uma forma de revitalizar o local,
já que os cultos estavam sendo
pouco freqüentados.
"A comunidade judaica antes se
concentrava no centro, mas agora
mora em outros bairros", afirma
Roberta Sundfeld.
"Para atrair o público, nós trouxemos coral, teatro, rabino moderno, rabino conservador. Nada
disso adiantou", afirma a historiadora, que também integra o conselho diretor da Beth-El -que
significa "casa de Deus".
A proposta, com essa iniciativa,
é atrair justamente quem ainda
não conhece o judaísmo.
Um dos espaços do museu será
destinado à apresentação dos
principais ritos e festas da cultura
judaica. Outra área será dedicada
à história dos imigrantes judeus
em São Paulo -uma "rua" típica
dos anos 30 e 40, época em que
muitos judeus chegaram à cidade,
será reproduzida no local.
Os cultos continuarão a ser realizados no local durante o Hosh
Hashaná (o Ano Novo judaico) e
o Yom Kipur (o Dia do Perdão),
ambos celebrados em meados de
setembro e de outubro.
História
Projetado em 1929 pelo russo
Samuel Roder, a convite de um
grupo formado pelas famílias
Klabin, Lafer, Segall e Feffer, a sinagoga é alvo atualmente de processo de tombamento pelo Conpresp (conselho municipal de
preservação do patrimônio).
O prédio possui cinco andares.
Devido a um desnível do solo, porém, os três primeiros estão quase
completamente no subsolo e têm
apenas um "paredão" com vista
para a avenida 9 de Julho.
A entrada principal, localizada
na rua Martinho Prado, leva ao
quarto andar (considerado o térreo), onde funciona o salão dos
homens. Acima dele, está a ala
destinada às mulheres.
Esses dois últimos pisos constituem uma construção em estilo
bizantino que guarda uma curiosidade: vários aspectos arquitetônicos do local estão ligados ao número sete, que, para Roder, tinha
um significado especial.
O próprio formato em que foram construídos o prédio e as torres, por exemplo, é heptagonal.
Segundo Sundfeld, as verbas para a obra serão captadas junto a lei
Rouanet, Mendonça e doações.
Concurso
Um concurso entre escritórios
de arquitetura está sendo feito para adaptar o prédio.
Um membro do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico)
integra o júri, já que o edifício está
em processo de tombamento.
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