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SEGURANÇA
Tropa é acusada de espancar jovem em quartel
Exército investiga agressão a recruta durante ocupação no Rio
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O Exército apura denúncia de
que um tenente e cinco soldados
do 8º GAC Pára-Quedista agrediram o recruta Elton Bittencourt
Prado, da Companhia de Comando do Comando Militar do Leste
(CML), xingaram-no e apontaram um fuzil para sua cabeça, na
madrugada da sexta-feira, 10 de
março. A Folha ouviu relatos de
militares sobre o caso.
Integrantes de tropa de elite da
corporação, os pára-quedistas
participavam da operação para
recuperar armas roubadas, no
morro da Providência, e estavam
baseados na Companhia de Comando, no Largo do Santo Cristo
(centro), próxima ao morro.
A agressão ocorreu por volta
das 4h, quando os soldados visitantes voltavam nervosos da Providência, onde o Exército enfrentou tiroteios e queixas de abusos
de direitos humanos. Eles teriam
praguejado que não tinham "matado nenhum vagabundo" nem
"dado porrada" em ninguém.
O ataque teria acontecido porque o recruta lhes disse que a luz
do alojamento só poderia ser acesa às 6h, por ordem do comando.
Conforme o relato ouvido pela
Folha, os pára-quedistas se irritaram: jogaram o rapaz contra a parede, chamaram-no de "urubu" e
o agrediram a socos e pontapés.
Chegaram a carregar um fuzil e
ameaçar dispará-lo.
O tenente disse, aos gritos, que
era ordem dele acender a luz, e o
recruta tinha de acatá-la. Militares
alojados no local acordaram e viram parte da ação.
Segundo militares ouvidos pela
Folha, o comandante da unidade,
major Walber de Almeida Andrade, não tomou providências ao
saber do incidente, pelo próprio
recruta Prado, naquela sexta.
Procurado, o major Walber nega ter sabido da agressão, mas admitiu ter conversado na ocasião
com o rapaz, que é novato e temia
ser punido por não ter sabido onde a luz era acesa. O comandante
do 8º GAC Pára-Quedista, tenente-coronel Nélio, estava na companhia naquela noite, mas disse
ter sabido do caso ontem, pelo
major, e não ter percebido "nenhuma alteração" na ocasião.
A Folha ligou para o recruta Elton Prado na sexta-feira. Ele não
quis comentar o caso.
O Ministério Público Federal
apura denúncias de moradores
do morro da Providência de supostas violações de direitos humanos por parte de militares, durante a operação naquela localidade. O Exército nega.
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