São Paulo, terça-feira, 28 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ATENTADO

Havia oito pessoas no local, mas ninguém ficou ferido

Bando dispara mais de 50 tiros em delegacia de polícia de Suzano

DO AGORA"

Mais de 50 tiros de submetralhadora e fuzil -armas de uso exclusivo das Forças Armadas- foram disparados na noite de anteontem contra a delegacia central de Suzano (Grande SP).
Havia oito pessoas no local -sete policiais e uma mulher que registrava um boletim de ocorrência. Elas se abrigaram debaixo de móveis e não ficaram feridas. Além do prédio, três carros da polícia ficaram danificados.
Dois dos carros usados pelos bandidos foram abandonados -em um deles havia uma granada. A polícia diz acreditar que o ataque possa ser uma resposta a ações de repressão ao tráfico de drogas na região. Até a conclusão desta edição, ninguém havia sido preso.
O ataque aconteceu às 20h10 de domingo, durante a troca de turno dos policiais. Cinco policiais civis, dois militares e uma comerciante de 54 anos, que registrava um boletim de ocorrência, estavam no local quando dois carros, um EcoSport e um Palio Weekend, ambos pretos, pararam na entrada do distrito, na rua Benjamin Constant.
Quatro homens desceram dos dois carros e dispararam contra o prédio durante cerca de dois minutos. Dois policiais, que estavam do lado de fora da delegacia, sofreram escoriações ao tentarem se proteger dos tiros.
Os atiradores fugiram, mas abandonaram os veículos perto do velório municipal após o ataque. Dentro de um deles, havia uma granada verde, possivelmente de origem das Forças Armadas. O artefato foi detonado pelo Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) em um terreno baldio.
Testemunhas disseram à polícia que os suspeitos da ação, depois de abandonar os dois carros, fugiram em um Astra claro. Segundo a polícia, o Palio foi roubado na última terça-feira no bairro da Vila Rica (zona leste da capital), e o EcoSport tem o número do chassis clonado.
Há suspeitas de que a prisão de um dos líderes do tráfico na região tenha motivado o atentado. Gilmar da Hora Lisboa, 25, o Pebinha, foi preso há aproximadamente dez dias em Mauá (Grande SP) e é apontado como um dos líderes do tráfico no bairro Miguel Badra, em Suzano. Segundo a polícia, há indícios de que ele pertença à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).


Texto Anterior: Sistema prisional: PCC comanda mais uma onda de rebeliões
Próximo Texto: Segurança: Exército investiga agressão a recruta durante ocupação no Rio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.