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Grupo Fasano faz escola e "exporta" funcionários
Assediados pelo mercado, profissionais deixam o grupo para abrir negócios próprios
Empresário busca novos talentos no exterior e diz investir na promoção da equipe, hoje formada por quase 800 funcionários
MARIA EUGÊNIA DE MENEZES
DA REVISTA DA FOLHA
A fama corre e alguns donos
de restaurantes e hotéis da Itália já sabem. Receber a visita de
Rogério Fasano, 47, é sinal de
perigo iminente. Não apenas
pelo seu alardeado grau de exigência, mas porque já perceberam que, se o restaurateur topar com um bom profissional
-seja na cozinha, seja no salão-, não hesitará em carregá-lo consigo para o Brasil.
Maîtres, chefs, sommeliers,
muitos são os que vieram diretamente da Europa para compor a brigada de alguns dos sete
restaurantes da grife Fasano
em São Paulo. Mas não reside
apenas aí o segredo do sucesso
desse império familiar, que se
tornou sinônimo de excelência
e é referência para os gourmets
paulistanos.
Por trás da trajetória ascendente do grupo estão quase 800
funcionários. Parcela substancial dos que ocupam os postos
de comando fizeram carreira
ali mesmo, ocupando as funções mais básicas. "Isso cria um
dinamismo dentro da empresa", diz Rogério. "As pessoas sabem que tem um espaço para se
movimentar dentro do grupo."
Assim aconteceu com Marcos Freitas, que começou no
restaurante Fasano no posto de
auxiliar de sommelier. Ao longo de 19 anos de carreira no
grupo, passou por muitas posições até chegar a gerente do
restaurante Gero, nos Jardins
(zona oeste). Agora, três meses
depois de sua saída, se prepara
para abrir seu restaurante: o
Tre Bicchieri, com inauguração
prevista para maio.
Quem deve ajudar a colocar o
Tre Bicchieri no prumo é outra
cria de Rogério: Juscelino Pereira, que deixou o Fasano e
abriu o Piselli, em 2004. Amanhã, Juscelino abre seu terceiro empreendimento.
Quando monta um outro restaurante, Rogério não recorre
nunca a profissionais da concorrência. E o jeito de conseguir mão de obra especializada,
pronta e treinada para manter
o "padrão Fasano de qualidade"
é ter sempre um "certo inchaço" no quadro de pessoal.
A nova equipe, Rogério constrói com sua brigada: transfere
de um lugar para outro, localiza
quem merece uma promoção.
"Não tenho a habilidade de um
RH. Não sou adepto de reuniões. Gosto de observar, de estar perto. O meu treinamento é
convivendo", ensina.
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