São Paulo, domingo, 28 de março de 2010

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Grupo Fasano faz escola e "exporta" funcionários

Assediados pelo mercado, profissionais deixam o grupo para abrir negócios próprios

Empresário busca novos talentos no exterior e diz investir na promoção da equipe, hoje formada por quase 800 funcionários

MARIA EUGÊNIA DE MENEZES
DA REVISTA DA FOLHA

A fama corre e alguns donos de restaurantes e hotéis da Itália já sabem. Receber a visita de Rogério Fasano, 47, é sinal de perigo iminente. Não apenas pelo seu alardeado grau de exigência, mas porque já perceberam que, se o restaurateur topar com um bom profissional -seja na cozinha, seja no salão-, não hesitará em carregá-lo consigo para o Brasil.
Maîtres, chefs, sommeliers, muitos são os que vieram diretamente da Europa para compor a brigada de alguns dos sete restaurantes da grife Fasano em São Paulo. Mas não reside apenas aí o segredo do sucesso desse império familiar, que se tornou sinônimo de excelência e é referência para os gourmets paulistanos.
Por trás da trajetória ascendente do grupo estão quase 800 funcionários. Parcela substancial dos que ocupam os postos de comando fizeram carreira ali mesmo, ocupando as funções mais básicas. "Isso cria um dinamismo dentro da empresa", diz Rogério. "As pessoas sabem que tem um espaço para se movimentar dentro do grupo."
Assim aconteceu com Marcos Freitas, que começou no restaurante Fasano no posto de auxiliar de sommelier. Ao longo de 19 anos de carreira no grupo, passou por muitas posições até chegar a gerente do restaurante Gero, nos Jardins (zona oeste). Agora, três meses depois de sua saída, se prepara para abrir seu restaurante: o Tre Bicchieri, com inauguração prevista para maio.
Quem deve ajudar a colocar o Tre Bicchieri no prumo é outra cria de Rogério: Juscelino Pereira, que deixou o Fasano e abriu o Piselli, em 2004. Amanhã, Juscelino abre seu terceiro empreendimento.
Quando monta um outro restaurante, Rogério não recorre nunca a profissionais da concorrência. E o jeito de conseguir mão de obra especializada, pronta e treinada para manter o "padrão Fasano de qualidade" é ter sempre um "certo inchaço" no quadro de pessoal.
A nova equipe, Rogério constrói com sua brigada: transfere de um lugar para outro, localiza quem merece uma promoção. "Não tenho a habilidade de um RH. Não sou adepto de reuniões. Gosto de observar, de estar perto. O meu treinamento é convivendo", ensina.


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