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Justiça foi feita, mas Isabella não volta, diz mãe
Abatida e com olheiras profundas, Ana Oliveira disse que a saudade e o vazio provocados pela ausência da filha permanecem
Ela criticou a decisão da defesa de mantê-la isolada à espera de uma acareação com o casal Nardoni e diz que entrou em "estado de desespero"
DO "AGORA"
DA FOLHA ONLINE
Catorze horas após a condenação de Alexandre Nardoni e
de Anna Carolina Jatobá pela
morte de Isabella, Ana Carolina
Oliveira, mãe da menina, afirmou ontem à tarde estar satisfeita com a decisão da Justiça.
Ela disse ainda que entrou
em "estado completo de desespero", ao ser mantida por quatro dias incomunicável a pedido da defesa de Alexandre e de
Anna Jatobá, que queria uma
acareação entre ela e o casal.
"A justiça foi feita, mas minha filha não vai voltar. O vazio
ficou, a saudade vai ficar", desabafou Ana Oliveira, com a voz
embargada, aos jornalistas que
a aguardavam em frente ao prédio onde mora na Vila Maria
(zona norte), às 14h40.
Com fortes olheiras e rosto
abatido, ela disse ainda que os
cinco dias de julgamento a fizeram reviver em "muito pouco
tempo" a tragédia da morte da
filha e os dois anos da espera
pelo julgamento dos acusados
de matá-la. "Acredito que agora
posso retomar minha vida de
novo, numa nova fase", afirmou, agradecendo também pelas flores e mensagens de apoio.
No primeiro dia de julgamento, na segunda-feira, a mãe
de Isabella teve que depor na
frente do casal Nardoni. Ela
conta que não olhou para o rosto dos dois durante as duas horas e meia que depôs. "É muito
difícil, cruel, triste estar frente
a frente com a pessoa que, em
vez de zelar pela integridade da
minha filha, fez o que fez."
Reclusão
Após o depoimento, Ana foi
obrigada a permanecer à disposição da Justiça no Fórum da
Barra Funda (zona oeste). Ela
ficou completamente isolada
até quinta-feira, quando o juiz
Maurício Fossen afirmou que
um psiquiatra a avaliou e disse
que ela estava à beira de uma
crise aguda de estresse.
Na sexta, ela não acompanhou a decisão do júri, pois, segundo a família, não tinha condições psicológicas. "Sei que a
lei permitia que se fizesse isso,
mas acho que foi cruel ele [o advogado Roberto Podval] não ter
permitido que eu pudesse
acompanhar o julgamento da
morte da minha filha", disse.
"Fiquei incomunicável no
momento em que mais precisava do apoio da minha família,
do abraço dos meus pais", disse.
"Aquilo era quase uma prisão."
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