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Entrada de comparsas não é explicada
DA REPORTAGEM LOCAL
A fuga de seis presos pela porta
da frente do CDP 1 do Belém sem
que nenhum tiro tivesse sido disparado pelos guardas apresenta
alguns pontos nebulosos que a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo ainda não
sabe explicar.
Entre as dúvidas, estão a forma
como os comparsas do falso oficial de Justiça entraram no complexo e o fato de os guardas de
muralha -que usam armas, ao
contrário dos agentes- não terem visto os criminosos e não terem atirado contra o carro em fuga. A própria secretaria admite
que alguns presos fugiram a pé.
O funcionário que permitiu a
entrada do farsante no complexo
disse que revistou o carro antes de
permitir a entrada e que o homem
estava sozinho. Só que o falso oficial, após passar pela portaria
principal, surgiu na frente do prédio do CDP 1 com três ou quatro
comparsas armados.
O secretário da Administração
Penitenciária, Nagashi Furukawa,
disse ontem que os outros homens podem ter pulado um alambrado, próximo a um matagal,
que dá acesso ao pátio do complexo e se reunido com o falso oficial
na frente do CDP. Furukawa disse
também que a iluminação é deficiente nas proximidades do CDP.
"É claro que todo cuidado tem
de ser tomado. Parece que isso
não ocorreu", afirmou. Segundo
o secretário, não há indícios de
conivência de funcionários que
justificariam o afastamento.
Outra hipótese, segundo o secretário, é que o funcionário da
portaria principal pode ter mentido e todos entraram de carro. Furukawa disse que a versão desse
funcionário ainda está sendo investigada, já que, apesar dos dados anotados serem inicialmente
verídicos, nenhum documento
foi deixado pelos criminosos.
A secretaria também não sabe
por que os bandidos não foram
vistos pelos guardas. "Não se sabe
o que aconteceu com os guardas
de muralha. A Corregedoria vai
investigar", disse Furukawa.
Na saída, foram os criminosos
que atiraram quando um dos
guardas surgiu na portaria do
CDP. Não houve revide e os bandidos conseguiram escapar. As
câmeras da unidade estavam ligadas, mas as imagens não estavam
sendo gravadas.
(GP)
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