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TRÂNSITO
CET decidiu fazer nova licitação; remoções caíram de 1.733 em agosto para 71 em março deste ano
Serviço de guincho para carro em
local proibido só volta em outubro
ALENCAR IZIDORO
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
A remoção dos veículos que estacionam em lugar proibido, atrapalhando a fluidez ou bloqueando a entrada de garagens, continuará sendo realizada de forma
precária e improvisada na cidade
de São Paulo, no mínimo, até outubro deste ano.
Isso porque a CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego) decidiu postergar a normalização dos
serviços de guincho na cidade.
Depois de três meses de análise,
a gestão José Serra (PSDB) resolveu encerrar a contratação da empresa que prestava os serviços e
organizar uma nova licitação.
Os guinchamentos feitos pela
Marthas Serviços Gerais tinham
sido suspensos por 90 dias no final da gestão Marta Suplicy, em
meio aos cortes da petista para
atender a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), e deveriam ter
voltado em fevereiro deste ano.
A CET, entretanto, prorrogou a
suspensão por 30 dias e, em seguida, dispensou a empresa em caráter definitivo, sob a justificativa de
que não concorda com algumas
características desse contrato.
A Marthas disponibilizava 35
guinchos, que fizeram 1.733 remoções só em agosto de 2004.
Desde novembro, a CET passou
a improvisar sua própria frota de
dez guinchos, responsável também por outras atividades, como
socorrer veículos quebrados ou
acidentados nas vias. Resultado:
os guinchamentos por estacionamento irregular foram reduzidos
de forma drástica, limitando-se a
35 em dezembro, 43 em janeiro,
30 em fevereiro e 71 em março.
O diretor de operações da CET,
Adauto Martinez, admite a importância do serviço e reconhece
que, sem a contratação terceirizada, a empresa só tem condições
de atender os casos graves.
"Vamos usar os nossos preferencialmente em problemas operacionais. Para estacionamento
irregular, somente nas situações
mais urgentes", afirma Martinez.
Ele nega que a CET tenha tomado a decisão por motivo financeiro -os contratos firmados em
2002 diziam que a Marthas receberia R$ 194 por carro guinchado.
Martinez afirma que a companhia optou por uma nova concorrência até mesmo para ampliar os
serviços, para que sejam feitos sete dias por semana, 24 horas por
dia. No contrato da Marthas, eles
eram feitos de segunda a sexta
-nos finais de semana, a responsabilidade era da própria CET.
Ele diz ainda que, diferentemente das regras que estavam vigentes, a gestão tucana não quer
incluir nos serviços a disponibilização de pátios pela empresa contratada, já que há terrenos municipais para abrigar os veículos
guinchados nas vias públicas.
O diretor de operações da CET
afirma que pretende lançar a licitação até junho e que, se não houver nenhum tipo de contestação
ao processo, será possível fazer
uma contratação após 120 dias.
Placas não resolvem
Ontem, na rua Tinhorão, em
Higienópolis, uma casa chamava
atenção. Além da guia pintada de
amarelo, três placas avisavam que
era proibido estacionar no local.
"Não estacione na guia rebaixada.
Sujeito a guincho", "É proibido
estacionar", "Garagem, dia e noite". No entanto, segundo a dona
da casa, a artista plástica Verônica
Jamkojian, 47, os avisos não afastam os maus motoristas.
"Já tive que desmarcar reunião
de trabalho porque não consegui
tirar meu carro da garagem." Ela
conta que, na época em que os
guinchos ainda estavam em atividade, três carros foram retirados
da frente de sua garagem.
Já a professora Regina Bielovic,
39, moradora da rua Armando
Penteado, no Pacaembu, não
agüentou esperar os guinchos que
nunca atendiam seus chamados.
"Cheguei em casa e havia um carro na porta da garagem. Buzinei,
gritei e ninguém apareceu. Chamei quatro homens, eles levantaram o carro e o deixaram no meio
da rua. A dona ficou louca."
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