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ADMINISTRAÇÃO
Medida vale para estabelecimentos que abriram após terem sido lacrados devido a barulho ou horário de funcionamento
Prefeitura emparedará 120 bares irregulares
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo começou a bloquear, com cimento e
blocos de concreto, a entrada dos
bares que voltaram a funcionar
mesmo após lacrados pela fiscalização. Seis bares foram "emparedados" entre terça-feira e o início
da noite de ontem. A lista tem, no
total, 120 estabelecimentos.
O emparedamento, diz a prefeitura, é a última medida para impedir a operação de bares que
desrespeitam as leis, como a do silêncio, que trata da poluição sonora, e a que permite que apenas
bares com estacionamento próprio e aparato de acústica funcionem após a 1h.
"O problema é que a prefeitura
notifica, multa, depois dá a segunda multa, interdita e eles [proprietários dos bares] ainda quebram o
lacre e voltam a funcionar", afirmou o secretário de Coordenação
das Subprefeituras, Andrea Matarazzo. "É um absurdo." As multas
variam de R$ 24.195 a R$ 32.376.
A relação contém bares de todas
as regiões -alguns tradicionais,
como o Ibutirama, na rua Augusta. Há incorreções, entretanto, na
listagem: a Folha encontrou oito
bares com o mesmo endereço.
O primeiro a ser fechado foi um
bar na avenida Vereador José Diniz. Anteontem, mais quatro
-três na região da Sé e um em Pinheiros. Ao chegar ao bar, a fiscalização informa sobre a lacração,
pede que o proprietário desligue a
música e dispense os clientes.
Parte dos bares emparedados
tem perfil simples, com pintura
precária e letreiros improvisados
ou velhos. Um deles, na rua Augusta, por exemplo, funcionava
anexo a um estacionamento.
Questionado sobre a ausência
de bares chiques, Matarazzo reagiu: "É exatamente o contrário.
Há bares sofisticados. Uma boa
parte está em Moema, Vila Madalena, Vila Olímpia e Tatuapé."
Entre os botecos-chique estava
o Favela, na Vila Olímpia, que seria emparedado ontem à noite.
Segundo os proprietários, o bar
não funcionava desde a Semana
Santa e o lacre foi rompido apenas
para a retirada de alimentos perecíveis. Matarazzo disse que a educação dos proprietários foi determinante para não fechar o bar.
Anteontem, o Bazzi, no Itaim
Bibi, recebeu uma lacração simples. O bar fora lacrado pela fiscalização anteriormente com a condição de implantar isolamento
acústico, mas, embora tenha
atendido à exigência, reabriu sem
avisar a prefeitura. O responsável
pelo bar, Bachar Bazzi, disse que
cumpriria as determinações.
Para Luiz Aurélio da Cunha, vizinho do bar, é pouco: "De um
tempo para cá deu a impressão de
ter melhorado, mas o som está começando a ficar alto novamente."
(Colaborou VICTOR RAMOS, da Redação)
Veja a lista completa de bares
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