São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Parcerias têm que preservar projeto pedagógico da escola, dizem educadores

DA REPORTAGEM LOCAL

Educadores consultados afirmam que as parcerias feitas pelos colégios podem ter resultados positivos, desde que as atividades estejam alinhadas com a proposta da escola.
"É preciso preservar a coerência do projeto pedagógico", afirma a professora Silvia Colello, da Faculdade de Educação da USP.
"No caso do reforço, por exemplo, se o estudante aprender uma coisa de uma forma na aula e, no cursinho, de outra, pode confundir", disse Colello. Para a docente da USP, "as eventuais lacunas" dos colégios podem ser cobertas com as atividades.
A professora da disciplina de pesquisa em educação na pós-graduação da PUC-SP Regina Giffoni de Brito avalia que "é interessante o fato de a escola "derrubar os seus muros" e permitir a participação de profissionais de fora".
"Entretanto, considero preocupante aspectos relacionados à autonomia e à criatividade de seus profissionais, bem como fatores relacionados à cultura e ao clima de cada escola", disse.
"Se os pais confiam na escola, devem dar seu voto de confiança. Isso não quer dizer que os pais não devem estar atentos aos serviços extras e ao real proveito pedagógico", afirma a psicopedagoga Maria Irene Maluf.
"Quanto aos professores do reforço, acredito que isso venha resolver não só a questão da impossibilidade de maior carga horária de trabalho dos professores regulares mas também para desvincular possíveis alegações de fracasso escolar atribuídas à falta de empatia entre alunos e alguns professores", diz Maluf.
Sobre a correção de redações terceirizada, a psicopedagoga também destaca pontos positivos. "Os professores, que não lidam com os alunos no dia-a-dia, serão mais objetivos na correção, como acontecerá no vestibular."
Todos os colégios consultados afirmam que uma das preocupações é justamente integrar essas atividades.
"Quando detectamos nas aulas do ensino médio alguma dificuldade, avisamos aos professores do cursinho para que eles trabalhem esse ponto com os estudantes", diz a coordenadora do ensino médio do Miguel de Cervantes, Kátia Puppo.
Já no Santo Américo, a própria escola define os temas das redações. (FT)


Texto Anterior: Colégios terceirizam aulas de reforço e correção de redação
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.