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Parcerias têm que preservar projeto pedagógico da escola, dizem educadores
DA REPORTAGEM LOCAL
Educadores consultados
afirmam que as parcerias feitas
pelos colégios podem ter resultados positivos, desde que as
atividades estejam alinhadas
com a proposta da escola.
"É preciso preservar a coerência do projeto pedagógico",
afirma a professora Silvia Colello, da Faculdade de Educação
da USP.
"No caso do reforço, por
exemplo, se o estudante aprender uma coisa de uma forma na
aula e, no cursinho, de outra,
pode confundir", disse Colello.
Para a docente da USP, "as
eventuais lacunas" dos colégios
podem ser cobertas com as atividades.
A professora da disciplina de
pesquisa em educação na pós-graduação da PUC-SP Regina
Giffoni de Brito avalia que "é
interessante o fato de a escola
"derrubar os seus muros" e permitir a participação de profissionais de fora".
"Entretanto, considero preocupante aspectos relacionados
à autonomia e à criatividade de
seus profissionais, bem como
fatores relacionados à cultura e
ao clima de cada escola", disse.
"Se os pais confiam na escola,
devem dar seu voto de confiança. Isso não quer dizer que os
pais não devem estar atentos
aos serviços extras e ao real
proveito pedagógico", afirma a
psicopedagoga Maria Irene
Maluf.
"Quanto aos professores do
reforço, acredito que isso venha resolver não só a questão
da impossibilidade de maior
carga horária de trabalho dos
professores regulares mas também para desvincular possíveis
alegações de fracasso escolar
atribuídas à falta de empatia
entre alunos e alguns professores", diz Maluf.
Sobre a correção de redações
terceirizada, a psicopedagoga
também destaca pontos positivos. "Os professores, que não lidam com os alunos no dia-a-dia, serão mais objetivos na
correção, como acontecerá no
vestibular."
Todos os colégios consultados afirmam que uma das preocupações é justamente integrar
essas atividades.
"Quando detectamos nas aulas do ensino médio alguma dificuldade, avisamos aos professores do cursinho para que eles
trabalhem esse ponto com os
estudantes", diz a coordenadora do ensino médio do Miguel
de Cervantes, Kátia Puppo.
Já no Santo Américo, a própria escola define os temas das
redações.
(FT)
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