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CLÓVES FELÍCIO VETTORATO (1944 - 2008)
Filho de agricultores, executivo da soja
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Quando o Vettorato descobriu que estava doente, a
primeira coisa que me disse
foi: "Quem vive do jeito que
quer não tem o direito de escolher como morrer'", disse
o governador Blairo Maggi, a
mão no peito do "visionário"
estendido no caixão. Suas escolhas estavam nas bandeiras que lhe cobriam. A do
Sport Club Internacional e a
do Estado do Mato Grosso.
Clóves Felício Vettorato
era gaúcho de Alegria, então
apenas um distrito rural. Filho de agricultores, pouco
trabalhou na roça. "Sempre
teve o grande sonho de morar em Porto Alegre". Aos 13
respirou fundo, aprontou a
mala e foi ser interno de um
colégio de padres.
Fez administração e entrou para a Olvebra, já um gigante da indústria de soja no
Sul do país. Quando o conglomerado se dividiu, Vettorato foi para o Mato Grosso,
com a mulher e o único filho,
trabalhar na nova Petropar.
"Amou o Mato Grosso",
diz a viúva. Lá foi diretor de
um sem-número de associações agropecuárias, assessor
do Ministério da Agricultura
e um dos fundadores da Fundação Mato Grosso. E pescou
muito pintado nos rios do
Pantanal -seu maior hobby.
Quem diria que o guri de
Alegria seria um executivo
da soja, diretor de associações de produtores e convidado por Maggi para assumir
a Secretaria Extraordinária
de Projetos Estratégicos, viajando o mundo pelo Mato
Grosso? Há um ano descobriu o câncer de pulmão.
Morreu dia 18, aos 63.
obituario@folhasp.com.br
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