São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2008

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CLÓVES FELÍCIO VETTORATO (1944 - 2008)

Filho de agricultores, executivo da soja

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Quando o Vettorato descobriu que estava doente, a primeira coisa que me disse foi: "Quem vive do jeito que quer não tem o direito de escolher como morrer'", disse o governador Blairo Maggi, a mão no peito do "visionário" estendido no caixão. Suas escolhas estavam nas bandeiras que lhe cobriam. A do Sport Club Internacional e a do Estado do Mato Grosso.
Clóves Felício Vettorato era gaúcho de Alegria, então apenas um distrito rural. Filho de agricultores, pouco trabalhou na roça. "Sempre teve o grande sonho de morar em Porto Alegre". Aos 13 respirou fundo, aprontou a mala e foi ser interno de um colégio de padres.
Fez administração e entrou para a Olvebra, já um gigante da indústria de soja no Sul do país. Quando o conglomerado se dividiu, Vettorato foi para o Mato Grosso, com a mulher e o único filho, trabalhar na nova Petropar.
"Amou o Mato Grosso", diz a viúva. Lá foi diretor de um sem-número de associações agropecuárias, assessor do Ministério da Agricultura e um dos fundadores da Fundação Mato Grosso. E pescou muito pintado nos rios do Pantanal -seu maior hobby.
Quem diria que o guri de Alegria seria um executivo da soja, diretor de associações de produtores e convidado por Maggi para assumir a Secretaria Extraordinária de Projetos Estratégicos, viajando o mundo pelo Mato Grosso? Há um ano descobriu o câncer de pulmão. Morreu dia 18, aos 63.

obituario@folhasp.com.br

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