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Tropas não vão ser covardes, diz mulher de policial
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Rhene Jorge do Nascimento, 38,
não hesitou em apoiar o marido
na greve. Há uma semana, ela e os
dois filhos -um de 11 meses e outro de dois anos- "moram" no 1º
BPM (Batalhão da Polícia Militar), em Palmas.
Segundo ela, pelo menos 700
pessoas -mulheres e filhos dos
soldados da PM de Tocantins-
estão nos batalhões da PM nas
principais cidades do Estado (Palmas, Araguaína e Gurupi). O objetivo é impedir que o Exército faça a desocupação dos locais.
Assustada com a possibilidade
de invasão, ela deu uma entrevista
por telefone à Agência Folha. Leia
a seguir os principais trechos:
Pergunta - Por que você resolveu
participar diretamente da greve?
Rhene Jorge do Nascimento - Por
causa da intransigência do governador Siqueira Campos, que não
queria negociar. As reivindicações são justas. Os policiais querem aumento salarial, diminuição
da carga horária, maior condição
de trabalho e não-retaliação.
Pergunta - O seu marido teve a
prisão preventiva decretada?
Rhene - Teve e não entendo o
motivo. Ele [o cabo Maurício Junquilho" está há cinco anos na corporação e nunca se envolveu em
delitos. Dizem que ele é um dos líderes do movimento, mas é um
movimento justo. Ele ganha R$
615 bruto. Com os descontos vai
para R$ 270. Não dá para viver.
Pergunta - Como vocês estão cuidando dos filhos dentro do 1º BPM?
Rhene - Viemos preparadas para
passar o tempo que for possível.
Não falta nada. Temos água, lanche, remédios e fraldas descartáveis. Podemos ficar mais 15 dias.
Pergunta - Como vocês avaliam a
chegada das tropas do Exército?
Rhene - A gente tem certeza que
o Exército não invadirá. Eles vão
querer negociar, e nós também.
Pergunta - Os policiais estão armados e afirmam que vão resistir.
Você não teme um confronto?
Rhene - Creio que não. Acho que
o Exército não vai tomar uma atitude covarde.
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