São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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SAÚDE

Proporção de fumantes caiu

Analfabetos e pobres fumam mais no Rio

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

No município do Rio, os analfabetos e os pobres são os que mais fumam, segundo pesquisa do Inca (Instituto Nacional de Câncer). O estudo mostra ainda que a proporção de fumantes caiu 8,4 pontos percentuais em relação a 1989, de 29,8% para 21,4%.
Entre os analfabetos, 26% fumam, um taxa superior à média da população do Rio -21,4%. Entre os que têm de um a quatro anos de estudo, a taxa é de 25,9%, mas cai entre os que têm de nove a 11 anos de estudo (17,3%) ou mais de 12 anos (17,2%).
A proporção de fumantes também sobe entre a população mais pobre: 23,5% dos que ganham até dois salários mínimos são fumantes. A taxa cai para 21,4% entre os que ganham de dois a quatro, e para 16,5% entre os que ganham mais de 20 salários mínimos.
Com isso, os que mais fumam são os que têm menos informação sobre os males do cigarro e os que têm menos condições financeiras para fazer tratamento.
"Está claro que as pessoas mais informadas estão cada vez mais conscientes dos males do tabagismo e que o consumo está mais concentrado na parcela mais desfavorecida da comunidade, o que é uma crueldade", afirmou o diretor do Inca, Jacob Kligerman.
A queda da proporção de fumantes ocorreu entre homens e mulheres de todas as idades, especialmente entre os mais jovens.
O Inca atribui a redução às medidas de controle do tabagismo. Em 1999, foram 40.488 mortes por cânceres originados pelo consumo de cigarro, segundo o instituto. A queda do número de fumantes seria coerente com dados da Receita Federal que mostram a redução de 30% do consumo "per capita" de cigarros de 1989 a 2000.
O Inca avalia que os dados do Rio podem dar uma idéia do que está acontecendo no país, pois não foram verificadas diferenças significativas entre as regiões dos hábitos de fumar. Participaram da pesquisa 2.393 pessoas com 15 anos ou mais em 1.008 domicílios.



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