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Prefeitura faz nova proposta para servidores
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo fez ontem uma nova proposta para compensar as perdas salariais dos mais de 168 mil servidores do município.
A proposta feita na semana passada -reajuste linear de 2% ou gratificação de R$ 250 para todos os funcionários- foi acrescida de um bônus extra
de R$ 300, parcelado em três vezes, para os servidores que
recebem até R$ 600.
Se aceito pelos servidores, o acordo irá provocar um rombo
de R$ 54 milhões nos cofres municipais. A prefeitura admite que ainda não sabe de onde irá tirar esse dinheiro.
De acordo com o representante da Secretaria da Gestão Pública, Rui Sá Silva Barros, "será uma decisão política da Marta [Suplicy, prefeita (PT)].
Ela vai ter que remanejar verbas de outras secretarias".
No último dia 15, a secretária da Gestão Pública, Helena
Kerr, havia afirmado que a Prefeitura de São Paulo não tinha
recursos para aumentar a remuneração dos servidores. A
administração nega, porém, que o fato de 2002 ser um ano
eleitoral influi na negociação salarial.
Os 2% oferecidos como reajuste incidirão sobre o salário-base dos servidores. Hoje, 27
mil funcionários recebem R$
260, complementados com
uma gratificação que eleva o piso para R$ 400.
Já o bônus de R$ 300 atingiria
36 mil trabalhadores (que recebem menos de R$ 600).
Os servidores inicialmente
reivindicavam reajuste linear
de 62,62% para compensar as
perdas acumuladas com a inflação desde fevereiro de 1995.
Diante da recusa da prefeitura
de aceitar a proposta, reformularam o pedido para 8,6% de
aumento relativo à inflação registrada desde o início do governo Marta Suplicy.
Mesmo com a proposta de
ontem, o presidente do sindicato dos professores, Cláudio
Fonseca, considerou que o reajuste proposto pela prefeitura
ainda é ruim para a categoria.
A reunião de ontem foi a décima entre os membros do
Sinp (Sistema de Negociação
Permanente), formado por representantes do governo e dos
sindicatos.
Protesto
Durante a tarde de ontem, cerca de 3.000 servidores -de
acordo com estimativa das entidades de classe- se reuniram em frente ao prédio da prefeitura. Eles protestaram contra os baixos salários do
funcionalismo municipal.
A maior parte dos servidores presentes não aprovou a nova
proposta da prefeitura, de acordo com o sindicato dos
professores.
Cada categoria irá avaliar a proposta separadamente até o
próximo dia 8 de junho. Depois disso será realizada uma assembléia na Federação das Associações Sindicais e Profissionais dos Servidores da Prefeitura de São Paulo para obter uma resposta unificada.
Os representantes sindicais ameaçam fazer uma greve geral
caso a prefeitura não proponha um acordo mais vantajoso até
o próximo dia 10.
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