São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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Prefeitura faz nova proposta para servidores

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo fez ontem uma nova proposta para compensar as perdas salariais dos mais de 168 mil servidores do município.
A proposta feita na semana passada -reajuste linear de 2% ou gratificação de R$ 250 para todos os funcionários- foi acrescida de um bônus extra de R$ 300, parcelado em três vezes, para os servidores que recebem até R$ 600.
Se aceito pelos servidores, o acordo irá provocar um rombo de R$ 54 milhões nos cofres municipais. A prefeitura admite que ainda não sabe de onde irá tirar esse dinheiro.
De acordo com o representante da Secretaria da Gestão Pública, Rui Sá Silva Barros, "será uma decisão política da Marta [Suplicy, prefeita (PT)]. Ela vai ter que remanejar verbas de outras secretarias".
No último dia 15, a secretária da Gestão Pública, Helena Kerr, havia afirmado que a Prefeitura de São Paulo não tinha recursos para aumentar a remuneração dos servidores. A administração nega, porém, que o fato de 2002 ser um ano eleitoral influi na negociação salarial.
Os 2% oferecidos como reajuste incidirão sobre o salário-base dos servidores. Hoje, 27 mil funcionários recebem R$ 260, complementados com uma gratificação que eleva o piso para R$ 400.
Já o bônus de R$ 300 atingiria 36 mil trabalhadores (que recebem menos de R$ 600).
Os servidores inicialmente reivindicavam reajuste linear de 62,62% para compensar as perdas acumuladas com a inflação desde fevereiro de 1995. Diante da recusa da prefeitura de aceitar a proposta, reformularam o pedido para 8,6% de aumento relativo à inflação registrada desde o início do governo Marta Suplicy.
Mesmo com a proposta de ontem, o presidente do sindicato dos professores, Cláudio Fonseca, considerou que o reajuste proposto pela prefeitura ainda é ruim para a categoria.
A reunião de ontem foi a décima entre os membros do Sinp (Sistema de Negociação Permanente), formado por representantes do governo e dos sindicatos.

Protesto
Durante a tarde de ontem, cerca de 3.000 servidores -de acordo com estimativa das entidades de classe- se reuniram em frente ao prédio da prefeitura. Eles protestaram contra os baixos salários do funcionalismo municipal.
A maior parte dos servidores presentes não aprovou a nova proposta da prefeitura, de acordo com o sindicato dos professores.
Cada categoria irá avaliar a proposta separadamente até o próximo dia 8 de junho. Depois disso será realizada uma assembléia na Federação das Associações Sindicais e Profissionais dos Servidores da Prefeitura de São Paulo para obter uma resposta unificada.
Os representantes sindicais ameaçam fazer uma greve geral caso a prefeitura não proponha um acordo mais vantajoso até o próximo dia 10.



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