São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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POLÍCIA

Assaltantes não levaram dinheiro, somente celulares de funcionários e vales-transporte; local não estava aberto ao público

Trio invade e assalta o restaurante Fasano

IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O restaurante Fasano, um dos mais tradicionais e sofisticados de São Paulo, foi invadido na manhã de ontem por três homens armados com pistolas. Cerca de 30 funcionários foram confinados em diversas salas por 15 minutos. Como o restaurante não abre para almoço, não havia clientes no prédio, localizado na zona oeste.
Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), o objetivo do trio era roubar o dinheiro arrecadado no final de semana. Mas o dinheiro não foi encontrado, e os assaltantes deixaram o local com oito telefones celulares de funcionários e R$ 100 em vales-transporte.
O diretor financeiro do restaurante, Daniel José do Nascimento, 41, disse que a maioria das vendas é feita com cartão de crédito. Segundo ele, a arrecadação do sábado -o Fasano não abre aos domingos- não foi achada porque é complicado o caminho para a sala onde o dinheiro fica guardado. "Ele [o assaltante" literalmente se perdeu", disse Nascimento.
Segundo a polícia, o prédio é um "labirinto", com corredores para diversas saídas. Duas delas para lojas vizinhas ao restaurante.
Os vales-transporte levados pelos ladrões estavam no segundo andar, o mesmo do financeiro.
A polícia foi avisada por um funcionário após a fuga dos ladrões. O 78º Distrito Policial fica a 150 metros do local. É a segunda vez que o restaurante é assaltado, segundo o diretor Fabrizio Fasano. Ninguém foi preso.
O assalto começou por volta das 10h30, quando um rapaz usando capacete de motociclista rendeu o porteiro Edson Lisboa na entrada de serviço do restaurante.
Lisboa e outros oito colegas foram levados para a sala da manutenção no terceiro andar, onde foram trancados. Três deles tentaram fugir da sala pelo telhado. Eles acabaram surpreendidos pela polícia com tiros para o alto.
Três carros da PM e policiais civis cercaram o prédio sem alarde, com sirenes desligadas, às 10h50.
O circuito interno de TV do Fasano não filmou a ação dos bandidos, segundo o delegado Gonçalves, do Garra. Após ouvir algumas testemunhas, o delegado Paulo de Tarso, do 78º DP (Jardins), afirmou acreditar que os suspeitos tenham saído do restaurante pela porta da frente.
A Folha apurou que a polícia ouviu o depoimento de uma testemunha que viu os ladrões no momento em que fugiam. O retrato falado será feito hoje.
O diretor Fasano afirmou que em dezembro o estabelecimento sairá do endereço tradicional da rua Haddock Lobo e vai para um hotel. Sobre o assalto, Fasano disse estar "triste" e não assustado. "Sinto-me triste por ser paulistano e viver numa cidade tão violenta", declarou.
O restaurante abriu normalmente ontem à noite.



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